Cientistas criam
peixe que brilha em águas poluídas
Um grupo de
cientistas britânicos criou um peixe que brilha num tom verde quando é colocado
em águas tóxicas. O peixe fluorescente poderá ajudar a compreender melhor como
o corpo humano responde a substâncias poluentes.
Uma equipa da Universidade de Exeter, no Reino Unido,
desenvolveu um projeto que transformou um peixe-zebra comum, num peixe
transgénico, que brilha num tom verde quando colocado em águas poluídas.
O bio-sensor colocado no peixe já
revelou que produtos químicos com estrogénio têm um impacto superior sobre mais
partes do corpo do que aquilo que se pensava anteriormente.
O modelo mostra que mais orgãos e
mais partes do corpo reagem aos estrogénios ambientais.
O estudo foi publicado esta
quarta-feira na revista "Environmental Health Perspectives"
e explica que o objetivo foi o de criar um modelo de peixe-zebra trangénico
sensível, para avaliar os efeitos em tempo real de químicos ambientais.
Efeitos dos
químicos com estrogénio na reprodução
Numerosos estudos têm relacionado os
químicos de "desregulação endócrina", usados numa ampla gama de
produtos industriais e contracetivos farmacéuticos, com problemas reprodutivos
em animais selvagens e seres humanos.
Um estudo anterior da Universidade de Exeter havia já
concluído que um grupo destes químicos seria capaz de causar mudanças de género
nos peixes macho.
A exposição humana a esses químicos
foi associada a diminuições na produção de espermatozóides e a outros problemas
de saúde, incluindo cancro da mama e do testículo.
Cientistas por todo o mundo estão,
agora, a desenvolver formas de triagem e testes para perceber o real efeito
destas substâncias químicas no corpo.
A equipa britânica, liderada pelo
doutor Tetsuhiro Kufdoh e pelo professor Charles Tyler, da Universidade de
Exeter, desenvolveu este peixe fluorescente que dá - pela primeira vez - uma
perceção abrangente sobre o efeito destes produtos no corpo todo.
O Professor Charles Tyler, citado
pela universidade, explicou que "ao sermos capazes de localizar
precisamente onde é que diferentes estrogénios ambientais atuam no corpo, vamos
ser capazes de eficientemente detetar efeitos na saúde dos químicos em
questão".
O professor acrescenta:
"Estamos confiantes de que o nosso modelo de peixe-zebra vai ajudar-nos a
compreender melhor como o corpo humano responde a estes poluentes"
in: Jornal de Notícias
18/04/2012
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