Parlamento
brasileiro adopta lei acusada de enfraquecer combate à
desflorestação26.04.2012
A Câmara dos
Deputados brasileira adoptou nesta quarta-feira uma lei polémica
sobre a exploração das florestas do país, considerada catastrófica
pelos defensores do Ambiente por aliviar as exigências aos
madeireiros, por exemplo.
A proposta
para o novo Código Florestal – que inclui 21 alterações em
relação à versão aprovada pelo Senado em Dezembro – obteve 274
votos a favor, 189 contra e duas abstenções, segundo o jornalFolha
de São Paulo.
Esta nova legislação, cujo redactor é o deputado Paulo Piau (do Partido do Movimento Democrático Brasileiro, (PMDB-MG), concede uma amnistia aos autores de abates ilegais de floresta antes de Julho de 2008 e autoriza a instalação de explorações nas zonas desflorestadas. “Este texto amnistia os exploradores e aumenta o risco de desastres ambientais para as grandes cidades (do país)... É importante que a Presidente dê o seu veto”, declarou o deputado da oposição, Ricardo Trípoli, depois da votação.
Ainda assim, ontem, o presidente da Câmara dos Deputados, Marco Maia, introduziu uma modificação no texto, para restabelecer as faixas de reflorestação a serem exigidas aos produtores que desmataram áreas de preservação permanente (APP) nas margens dos rios, noticia o jornal O Globo.
O Código Florestal actual, que está em vigor desde 1965, define a forma como a terra pode ser explorada, indicando também onde a vegetação nativa tem de ser mantida e onde pode haver diferentes tipos de produção rural, explica o jornal.
Em Março, activistas ecologistas e os pequenos agricultores manifestaram-se contra esta legislação em frente ao Parlamento, apelando à Presidente Dilma Rousseff para que a bloqueasse. Na sua campanha às eleições presidenciais, em 2010, Rousseff disse que iria vetar a lei. Por outro lado, o sector agro-alimentar apoiou fortemente a medida, insistindo na necessidade de reforçar a segurança alimentar do país.
Inicialmente, a lei estava destinada a impedir a desflorestação ilegal e favorecer a sobrevivência da floresta virgem tropical da Amazónia, um dos pulmões verdes do planeta. Mas, pelo contrário, foram os defensores de um afrouxamento dos controlos à exploração florestal que ganharam o Parlamento.
Os que criticam o Código Florestal consideram que este será um embaraço para o Brasil que em Junho vai receber a cimeira Rio+20, que se pretende um marco na luta contra as principais ameaças ao Ambiente à escala mundial. Segundo o Observatório do Clima, uma rede de 26 organizações não governamentais criada em 2002, o Código Florestal brasileiro ameaça 690.000 quilómetros quadrados de floresta, o que impede o Brasil de atingir o seu objectivo de reduzir a desflorestação em 80%.
A organização Greenpeace acusa a Câmara dos Deputados de querer “o fim das florestas no Brasil”. “O texto aprovado dá amnistia total e irrestrita a quem desmatou demais e ainda dá margem para que novas desflorestações aconteçam no país”, escreve a organização em comunicado.
Esta nova legislação, cujo redactor é o deputado Paulo Piau (do Partido do Movimento Democrático Brasileiro, (PMDB-MG), concede uma amnistia aos autores de abates ilegais de floresta antes de Julho de 2008 e autoriza a instalação de explorações nas zonas desflorestadas. “Este texto amnistia os exploradores e aumenta o risco de desastres ambientais para as grandes cidades (do país)... É importante que a Presidente dê o seu veto”, declarou o deputado da oposição, Ricardo Trípoli, depois da votação.
Ainda assim, ontem, o presidente da Câmara dos Deputados, Marco Maia, introduziu uma modificação no texto, para restabelecer as faixas de reflorestação a serem exigidas aos produtores que desmataram áreas de preservação permanente (APP) nas margens dos rios, noticia o jornal O Globo.
O Código Florestal actual, que está em vigor desde 1965, define a forma como a terra pode ser explorada, indicando também onde a vegetação nativa tem de ser mantida e onde pode haver diferentes tipos de produção rural, explica o jornal.
Em Março, activistas ecologistas e os pequenos agricultores manifestaram-se contra esta legislação em frente ao Parlamento, apelando à Presidente Dilma Rousseff para que a bloqueasse. Na sua campanha às eleições presidenciais, em 2010, Rousseff disse que iria vetar a lei. Por outro lado, o sector agro-alimentar apoiou fortemente a medida, insistindo na necessidade de reforçar a segurança alimentar do país.
Inicialmente, a lei estava destinada a impedir a desflorestação ilegal e favorecer a sobrevivência da floresta virgem tropical da Amazónia, um dos pulmões verdes do planeta. Mas, pelo contrário, foram os defensores de um afrouxamento dos controlos à exploração florestal que ganharam o Parlamento.
Os que criticam o Código Florestal consideram que este será um embaraço para o Brasil que em Junho vai receber a cimeira Rio+20, que se pretende um marco na luta contra as principais ameaças ao Ambiente à escala mundial. Segundo o Observatório do Clima, uma rede de 26 organizações não governamentais criada em 2002, o Código Florestal brasileiro ameaça 690.000 quilómetros quadrados de floresta, o que impede o Brasil de atingir o seu objectivo de reduzir a desflorestação em 80%.
A organização Greenpeace acusa a Câmara dos Deputados de querer “o fim das florestas no Brasil”. “O texto aprovado dá amnistia total e irrestrita a quem desmatou demais e ainda dá margem para que novas desflorestações aconteçam no país”, escreve a organização em comunicado.
Em:
Esta
nova legislação ao conceder amnistia aos autores de abates ilegais
põe em causa princípios fundamentais do Direito do Ambiente como o
princípio da responsabilidade, pois segundo este,
o poluidor, pessoa física ou jurídica, responde pelas suas acções
ou omissões em prejuízo do meio ambiente, ficando sujeito a sanções
cíveis, penais ou administrativas, logo, a responsabilidade por
danos ambientais é objectiva, conforme está previsto no Direito
brasileiro no § 3º do Art. 225 CF/88, ao estabelecer perdão a quem
prejudicou o meio ambiente, mesmo que no passado, este princípio é
desrespeitado, ficando impune quem o violou.
Tal
como, pelos mesmo motivos, é violado o princípio do
poluidor-pagador, que defende a obrigação de que quem poluiu a
pagar pela poluição causada ou que possa ser causada. Este
princípio tem como fundamento o facto de os recursos ambientais
serem escassos, e portanto, a sua produção e consumo geram reflexos
ora resultando na sua degradação, ora resultando na sua escassez,
além do mais, ao utilizar gratuitamente um recurso ambiental gera-se
um enriquecimento ilícito, e como o meio ambiente é um bem que
pertence a todos, e boa parte da comunidade nem outiliza um
determinado recurso ou se utiliza, faz em menor escala.
Os
princípios da precaução e da prevenção também não estão
verificados, na medida em que o novo Código permite a instalação
de explorações nas zonas desflorestadas, estes princípios
estabelecem a vedação de intervenções no meio ambiente, salvo se
houver a certeza que as alterações não causarão reacções
adversas, já que nem sempre a ciência pode oferecer à sociedade
respostas conclusivas sobre a inocuidade de determinados
procedimentos e o segundo tem a sua aplicação nos casos em que os
impactos ambientais já são conhecidos, restando certo a
obrigatoriedade do licenciamento ambiental e do estudo de impacto
ambiental. Com a autorização de instalação destas explorações
poderá promover comportamentos contrários à protecção do
ambiente, visto que mesmo em zonas desflorestadas o impacto destas no
meio ambiente circundante poderá ser devastador, originando
indirectamente a desflorestação dessas áreas como consequência de
emissões poluentes das mesmas.
Concluindo,
esta nova lei não tem como fim a protecção do meio ambiente, não
visa proteger a floresta pois não pune de forma exemplar quem a
agride, tal como não defende as populações indígenas que dela
dependem, e se tivermos em conta que, em causa está a maior floresta
do Mundo torna esta violação ainda mais gravosa.
Na
minha opinião por esta ser, como referi, a maior floresta do Mundo,
apesar de estar situada no Brasil e ser o Governo deste país
responsável sua protecção ou não, havendo uma violação tão
grave como parece ser o caso, penso que outros Estados poderão
intervir de forma a consciencializar o Brasil de que a floresta
amazónica é importante para todo o Mundo, e como tal devem
protegê-la, acima de qualquer interesse económico.
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