O
acidente nuclear de Chernobyl (antiga cidade do norte da Ucrânia), ficou
conhecido como um dos maiores de sempre da história. Ainda hoje é um tema
recorrente, não só na imprensa, como na literatura. Percebe-se porquê: apesar
de dramático, consegue ser também apaixonante, por tudo o que envolveu e pelas
consequências que nos dias de hoje ainda se fazem sentir. Vais recentemente
tivemos o acidente nuclear de Fukushima. Quanto a este, há quem lhe aponte os mesmos erros que levaram ao desastre
de Chernobyl. Não deixa de ser irónico ver que um país tão rico, organizado e disciplinado
como o Japão não tenha conseguido aprender a lição dada pelo acidente ocorrido 25 anos
antes.
Problemas
técnicos num reactor da central nuclear que naquela cidade havia sido instalado
e que originaram uma imensa nuvem radioactiva ditaram um destino trágico tanto
para pessoas, como para toda a fauna e flora existente num raio de várias
centenas (e até milhares!) de quilómetros. A causa mais frequentemente apontada
é a da pura negligência dos funcionários daquela central. Mas o que verdadeiramente
interessa nesta reflexão não é saber de quem foi a culpa, mas sim analisar as sequelas
que resultaram daquele acidente no meio ambiente e na saúde pública.
Desde aquele dia 26 de Abril de 1986
que diversas pessoas morrem com doenças cancerígenas resultantes da
radioactividade. A par disso, constatou-se ainda que várias crianças começaram
a nascer com deformações físicas, igualmente fruto do acidente nuclear.
Quanto ao meio ambiente, não há
dúvidas de que o cenário se tornou negro. Os estudos mais recentes demonstram
que os níveis de radioactividade nas áreas próximas ao local do acidente
continuam demasiado elevados para que seres vivos como animais e plantas possam
ali existir sem qualquer problema. A contaminação foi tal, que até o subsolo
não escapou, o que torna extremamente difícil o desenvolvimento de espécies
vegetais nessas zonas.
Os diversos acidentes nucleares que
foram surgindo ao longo dos anos (sendo Chernobyl ainda a grande referência
nesta matéria) foram relançando o debate que se mantém já desde há uns anos a
esta parte: energia nuclear – devemos ou não apostar nela? Devemos nós apostar
numa energia tão dispendiosa e que ao mesmo tempo nos faz correr tantos riscos?
Na União Europeia, tende-se a adoptar
uma posição neutra, embora esta não se abstenha de apontar as vantagens de apostar
na energia nuclear, tal como já foi feito nos Livros Verdes da Comissão
Europeia. Os objectivos seriam essencialmente os seguintes: independência
energética e preservação do meio ambiente. As virtudes desta aposta seriam
muitas: a não emissão de dióxido de carbono; a obtenção de urânio em zonas
estáveis e fiáveis (o que não acontece com o gás e petróleo); imunidade às flutuações
do mercado; a segurança das centrais nucleares que está melhorada. A
alternativa seria apostar nas energias renováveis.
Apesar
destas vantagens apontadas pela União Europeia, reza a história que a energia
nuclear tem trazido mais problemas do que os fins por ela seguidos justificam.
Será então razoável continuar a utilizar este tipo de meios que nos fazem
correr tamanhos riscos? O debate está longe de terminar...
Hugo Viegas
Aluno nº18154
Subturma 3
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