segunda-feira, 16 de abril de 2012

Desastre de Chernobyl e Energia Nuclear


O acidente nuclear de Chernobyl (antiga cidade do norte da Ucrânia), ficou conhecido como um dos maiores de sempre da história. Ainda hoje é um tema recorrente, não só na imprensa, como na literatura. Percebe-se porquê: apesar de dramático, consegue ser também apaixonante, por tudo o que envolveu e pelas consequências que nos dias de hoje ainda se fazem sentir. Vais recentemente tivemos o acidente nuclear de Fukushima. Quanto a este, há quem lhe  aponte os mesmos erros que levaram ao desastre de Chernobyl. Não deixa de ser irónico ver que um país tão rico, organizado e disciplinado como o Japão não tenha conseguido aprender a lição dada pelo acidente ocorrido 25 anos antes.
Problemas técnicos num reactor da central nuclear que naquela cidade havia sido instalado e que originaram uma imensa nuvem radioactiva ditaram um destino trágico tanto para pessoas, como para toda a fauna e flora existente num raio de várias centenas (e até milhares!) de quilómetros. A causa mais frequentemente apontada é a da pura negligência dos funcionários daquela central. Mas o que verdadeiramente interessa nesta reflexão não é saber de quem foi a culpa, mas sim analisar as sequelas que resultaram daquele acidente no meio ambiente e na saúde pública.
            Desde aquele dia 26 de Abril de 1986 que diversas pessoas morrem com doenças cancerígenas resultantes da radioactividade. A par disso, constatou-se ainda que várias crianças começaram a nascer com deformações físicas, igualmente fruto do acidente nuclear.  
            Quanto ao meio ambiente, não há dúvidas de que o cenário se tornou negro. Os estudos mais recentes demonstram que os níveis de radioactividade nas áreas próximas ao local do acidente continuam demasiado elevados para que seres vivos como animais e plantas possam ali existir sem qualquer problema. A contaminação foi tal, que até o subsolo não escapou, o que torna extremamente difícil o desenvolvimento de espécies vegetais nessas zonas.
            Os diversos acidentes nucleares que foram surgindo ao longo dos anos (sendo Chernobyl ainda a grande referência nesta matéria) foram relançando o debate que se mantém já desde há uns anos a esta parte: energia nuclear – devemos ou não apostar nela? Devemos nós apostar numa energia tão dispendiosa e que ao mesmo tempo nos faz correr tantos riscos?
            Na União Europeia, tende-se a adoptar uma posição neutra, embora esta não se abstenha de apontar as vantagens de apostar na energia nuclear, tal como já foi feito nos Livros Verdes da Comissão Europeia. Os objectivos seriam essencialmente os seguintes: independência energética e preservação do meio ambiente. As virtudes desta aposta seriam muitas: a não emissão de dióxido de carbono; a obtenção de urânio em zonas estáveis e fiáveis (o que não acontece com o gás e petróleo); imunidade às flutuações do mercado; a segurança das centrais nucleares que está melhorada. A alternativa seria apostar nas energias renováveis.
Apesar destas vantagens apontadas pela União Europeia, reza a história que a energia nuclear tem trazido mais problemas do que os fins por ela seguidos justificam. Será então razoável continuar a utilizar este tipo de meios que nos fazem correr tamanhos riscos? O debate está longe de terminar...  

Hugo Viegas
Aluno nº18154
Subturma 3

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