Na sequência do um
assunto abordado na conferência “O futuro dos serviços públicos de água” pela
Doutora Madalena Neves, embaixadora de Cabo Verde, nomeadamente, a escassez de
água naquele país, parece-me importante, fazer aqui, uma referência a esta
questão.
Apesar de rodeado por água, Cabo Verde é
um país com graves problemas em matéria de recursos hídricos. Isto deve-se ao
facto de o país ter pouca pluviosidade, assim como, às más políticas de gestão
de recursos e à falta de informação e de educação ambiental dos cidadãos
cabo-verdianos.
Embora Cabo Verde
disponha de um quadro normativo, amplo e abrangente relativamente às componentes
ambientais, o que espelha uma grande preocupação do legislador em proteger a
natureza e em manter o equilíbrio ecológico ( EXEMPLO: Artigo 72º (Direito ao ambiente) da CR de Cabo Verde :
1.Todos têm direito a um ambiente sadio e ecologicamente equilibrado e o dever de o
defender e valorizar.
2.Para garantir o direito ao ambiente, incumbe aos poderes públicos:
a) Elaborar e executar políticas adequadas de ordenamento do território, de
defesa e preservação do ambiente e de promoção do aproveitamento racional de todos os
recursos naturais, salvaguardando a sua capacidade de renovação e a estabilidade
ecológica;
b) Promover a educação ambiental, o respeito pelos valores do ambiente, a luta
contra a desertificação e os efeitos da seca. ), as leis aprovadas são pouco
divulgadas e conhecidas, o que se traduz, consequentemente, num conhecimento
limitado, tanto do cidadão comum, como, por vezes, dos dirigentes, funcionários
e agentes da Administração Pública. Acontece ainda que, muitas vezes, as leis e
os regulamentos são acentuadamente complexos, o que os torna ininteligíveis
para uma grande parte da população.
Acrescenta-se, ao
elenco de razões apresentado, a falta de interesse e/ou hábito da maioria dos
cidadãos, em informar-se sobre esta matéria.
Assim sendo, é de
louvar a iniciativa da QUERCUS por transpor o programa ambiental “Minuto Verde”
para Cabo Verde, com emissão, já a partir de sexta-feira, dia 6 de Abril.
Este é, sem sombra de
dúvida um passo muito importante na protecção da fauna e da flora de um país com
muito para oferecer pois, como se sabe, a televisão é um meio de transporte de
informação poderosíssimo que neste âmbito, poderá fazer a diferença, porque a
informação chegará facilmente aos seus destinatários e permitirá que eles adquiram os conhecimentos, os valores, os comportamentos e os hábitos necessários para participar responsável e eficazmente na prevenção e solução dos problemas ambientais .
Em suma, a
harmonia social, económica e ambiental, característica da sustentabilidade, só
será atingida em Cabo Verde, quando a consciencialização e a educação
ambientais forem promovidas no país, com toda a força.
Para
finalizar, referir apenas que, depois de Cabo Verde, o programa “Minuto Verde”
será gravado em Moçambique, estando prevista a gravação de aproximadamente 20
episódios, divididos entre a região de Maputo e o Parque Nacional da Gorongosa.
http://www.quercus.pt/scid/webquercus/defaultArticleViewOne.asp?categoryID=567&articleID=3792
Sem comentários:
Enviar um comentário