sábado, 14 de abril de 2012

Reabilitação urbana, enquanto esforço colectivo, como forma de diminuir a Pegada ecológica do País


Criada por William Rees e Mathis Wackernagel, em 1992, a Pegada Ecológica permite calcular a área de terreno produtivo necessária para sustentar o nosso estilo de vida.



A pegada ecológica é actualmente usada à escala mundial como um indicador de sustentabilidade ambiental. Pode ser usado para medir e gerir o uso de recursos através da economia. Costuma ser usado para explorar a sustentabilidade do estilo de vida de indivíduos, produtos e serviços, organizações, sectores industriais, bairros, cidades, regiões e nações.

A pegada ecológica de uma população tecnologicamente avançada é, normalmente, maior do que a de uma população subdesenvolvida.




Quando falamos em reabilitação urbana estamo-nos a referir a uma melhoria do desempenho energético-ambiental do meio edificado o que, por sua vez, nos leva a uma maior sustentabilidade.



“Green Building” (construção verde ou sustentável) é um termo internacionalmente usado para designar as práticas construtivas que aumentam a eficiência dos edifícios no que diz respeito ao uso da energia, água e outros recursos naturais.

O termo reabilitação, quando aplicado à construção civil, refere-se às intervenções necessárias num edifício ou propriedade, implicando extensas obras de beneficiação, visando aumentar a vida útil do imóvel e o seu valor económico, melhorar a qualidade de vida dos habitantes e implementar boas medidas de eficiência energética.

A reabilitação urbana apresenta-se actualmente como uma prioridade nacional, e uma oportunidade de intervenção activa para a revitalização das cidades e melhoria do desempenho energético-ambiental do meio edificado.

“As nossas cidades vão assistindo à degradação progressiva das suas estruturas urbanas, dos seus edifícios, dos seus espaços exteriores. Uma degradação decorrente do envelhecimento próprio, da sobrecarga de usos, ou ainda do desajustamento dos desenhos da sua organização a novos modos de vida. Por isso, torna-se imprescindível o desenvolvimento de processos de reabilitação urbana integrada, racionalizando recursos e evitando intervenções dispersas que possam revelar-se contraditórias.” (portal da habitação)

Também importantes são as intervenções pontuais, na reabilitação de edifícios de habitação, em que as mais diversas entidades particulares se empenhem. A verdadeira reabilitação não poderá realizar-se sem a participação activa e financeira dos particulares, numa perspectiva de sustentabilidade dos processos.



"A reabilitação urbana é um desígnio nacional. Durante décadas, deixou-se degradar em Portugal grande parte do nosso património edificado. As barreiras jurídicas desproporcionadas a um conceito social de propriedade, os desequilíbrios legislativos propiciadores de medidas redistributivas a curto prazo, mas com inegáveis efeitos nocivos a longo prazo, a subsidiação da expansão urbana, por via de instrumentos de gestão territorial desproporcionados, a desadequação da legislação generalizadora à especificidade da reabilitação, bem como os enormes prazos de licenciamento que daí decorriam, constituíram alguns dos factores que criaram um desequilíbrio económico em desfavor da reabilitação do património edificado.

Nestas condições, assistimos a uma degradação das condições de vida nos centros históricos, que conduziu a uma desertificação significativa dos mesmos, com os inevitáveis custos económicos, ambientais e sociais. Esta situação é tanto mais dramática quando, num Mundo globalizado, uma das principais fontes de riqueza se reconduz à singularidade cultural, que tem como uma das mais ricas manifestações o património histórico edificado."

(Dr. Carlos Lobo, Secretário de Estado dos Assuntos Fiscais. Em 29 de Junho de 2006, na conferência de apresentação do Novo Regime de Reabilitação Urbana, organizada pelo LNEC, em Lisboa)



Mais importante do que construir edifícios verdes é, portanto, reabilitar os já existentes, melhorando a sua eficiência e promovendo o desenvolvimento sustentável. Reabilitar significa consumir menores quantidades de energia na produção e aplicação de produtos de construção, reduzir as emissões de CO2 e limitar as quantidades de produtos de demolição a remover e destruir.



A reabilitação urbana, como forma de promover a sustentabilidade ambiental, assume-se como prioridade para o Governo e encontra a sua expressão no DL 307/2009, de 23 de Outubro, artigo 3º, alínea g).



Concluindo, não necessitamos de mais edifícios, mas sim de tornar os existentes em edifícios eficientes. Estes levam a uma redução da pegada ecológica do país.



Mais informação relevante pode ser conhecida, também, através da leitura do estudo “Desenvolvimento urbano sustentável em Portugal: uma abordagem integrada” (http://www.portaldahabitacao.pt/opencms/export/sites/portal/pt/portal/docs/noticias/FinaReport_PT18Outx1x_x1x.pdf).

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