quarta-feira, 18 de abril de 2012


Bom uso de energia é dever de cidadania

A sua casa tem, provavelmente, uma instalação elétrica desatualizada, o que pode significar consequências na sua saúde. A sua carteira já sente os seus efeitos, assim como o ambiente.

A campanha de sensibilização "Usar bem a energia é um dever de cidadania " pretende alertar para a eficiência e segurança (ou falta delas) das ligações elétricas das nossas casas: cerca de 3,9 milhões de habitações em Portugal têm as instalações elétricas desatualizadas. Esta é uma iniciativa da Certiel - Associação Certificadora de Instalações Elétricas .
Isto deve-se ao facto de terem sido construída antes de 2006, respeitando normas vigentes instauradas em 1974 - atualmente desatualizadas -, à semelhança de outros 1,8 milhões habitações, ou então, e pior ainda, ter uma instalação elétrica construída antes do ano da Revolução - cuja legislação em vigor terá sido criada em 1939 -, à semelhança de 2,1 milhões de habitações em Portugal.
Uma instalação elétrica antiga ou desatualizada impossibilita uma poupança energética eficiente em casa independentemente de seguir dicas como as já conhecidas evitar ligar as luzes no período diurno ou desligar aparelhos elétricas em stand by. Não é que não poupe ao seguir estas indicações, porque o faz, mas a própria instalação elétrica é fonte de perdas de energia caso esteja a funcionar de forma deficiente ou em sobrecarga.
Desta forma, são produzidas toneladas de CO2 desnecessariamente que são libertadas para a atmosfera. A Certiel estima que anualmente sejam desperdiçados cerca de 136 Giga watt-hora de energia elétrica nas habitações portuguesas, o que equivale:
  • Ao consumo anual médio de energia elétrica em 41.000 habitações
  • À emissão de 47.350 toneladas de CO2 (equivalente à emissão de 26.860 automóveis)
  • À produção anual de 20.000 instalações de microprodução
  • Ao gasto anual de cerca de 15 milhões euros em energia elétrica
Uma questão de segurança 
Mas não é só por aqui que uma instalação elétrica eficiente se faz sentir.
A mesma instalação elétrica antiga ou desatualizada provoca riscos à segurança das pessoas e aos seus bens num espaço em que é suposto sentirem-se protegidas.
Existe um risco maior de ocorrência de curto-circuitos, choques elétricos ou incêndios. Aliás, em relação a estes últimos, a Certiel alerta, citando estatísticas internacionais, para que "90% dos incêndios em edifícios terem origem elétrica: nos equipamentos instalados, em curto-circuitos ou sobreaquecimento da instalação elétrica".
"Ser mais eficiente é uma questão de cidadania" aconselha a empresa responsável por esta iniciativa, cumprindo a sua quota-parte: no mês de janeiro anunciou ir oferecer unidades de microprodução, com base fotovoltaica, a 30 Instituições Particulares de Segurança Social (IPSS), o que permitirá às IPSS beneficiar do pagamento mensal do valor de energia vendida à rede.
Cidadania também na responsabilidade sovial
Em comunicado, Carlos Botelho, diretor-geral da CERTIEL, considera que "estas são instituições de solidariedade que se debatem muitas vezes com gravíssimas situações financeiras, e quisemos por isso fazer uma oferta que trouxesse benefícios não só hoje, mas ao longo do tempo".
As unidades de microprodução permitirão às IPSS serem produtores de energia elétrica. A energia produzida pelos painéis solares fotovoltaicos, que convertem a energia da luz do sol em energia elétrica, será toda vendida à rede, que pagará mensalmente o valor dessa eletricidade às IPSS. "Desta forma também estas IPSS contribuirão para a sustentabilidade e eficiência energética do País, no que toca à importação de eletricidade e à dependência externa, ao mesmo tempo que evitam a libertação de toneladas de CO2 para a atmosfera", explica Carlos Botelho.
A empresa Enforce será a responsável pela instalação das unidades de microprodução , após vencer o concurso público com uma proposta de 300 mil euros.


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