Liu Futang era um guarda florestal chinês. O seu tempo de serviço havia terminado, impunha-se que gozasse a sua reforma.
Longe do "braço" dos serviços do Governo chinês, criou um micro-blogue. Do momento da criação à fama nacional como cidadão jornalista passou um ano: ao divulgar a destruição de um bosque de coqueiros, um dos últimos do Mundo, para dar lugar a uma marina, gerou uma onda de revolta na Internet contra a empresa de construção (disse ele que "A degração é terrível... os meios de comunicação locais não escreveram uma única palavra apesar de eu já ter feito 40 publicações, que até já foram lidas por jornais e televisões de todo o País").
Liu Futang não podia ser mais diferente do "autor médio" de blogues na China: havia sido funcionário do Governo, era um burocrata... mas sabia que o seu dever enquanto cidadão era informar os outros do que se passava.
O prémio de "jornalismo cidadão" foi criado há três anos pelo jornal Guardian, em conjunto com a chinadialogue e a Sina (um portal de Internet chinês), e desde então tem aumentado a criação de micro-blogues que divulgam problemas ambientais, sendo que o mais premente e recorrente é a poluição do ar (o smog). Os obstáculos que o Governo coloca aos jornalistas são facilmente ultrapassados pelos autores dos blogues, que pesquisando na Internet e recorrendo a sítios e serviços como o twitter conseguem obter informações que o Estado não quer que sejam conhecidas pelo público em geral.
Conseguiu-se assim um novo nível de transparência, hoje o Governo chinês divulga muito mais informações sobre questões ambientais, e o meio ambiente agradece.
Em cada um de nós, cidadãos, vive um jornalista, e cabe-nos divulgar os problemas que afectam o lugar em que vivemos. Que sirva de exemplo a este blogue!
(a notícia foi publicada no sítio online do jornal inglês Guardian)
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