Considerações sobre o Desenvolvimento
Sustentável
Fala-se em desenvolvimento
sustentável como aquele que satisfaz as exigências do presente sem comprometer
a capacidade de futuras gerações satisfazerem as suas necessidades. Não é fácil
de atingir, mas é indispensável consegui-lo.
Uma das medidas necessárias à
resolução de problemas de conservação de espécies é perceber de que forma estão
relacionados com o bem-estar das populações humanas. O conceito de
desenvolvimento sustentável surge, assim, como um ponto de equilíbrio entre
conservação e crescimento económico, sendo definido como “desenvolvimento que
satisfaz as exigências do presente sem comprometer a capacidade de futuras
gerações satisfazerem as suas próprias necessidades”.
O crescimento económico constitui
um objectivo importante em políticas governamentais há muitas gerações. Devido à
pouca importância dada às suas consequências ambientais negativas, prevê-se que
as taxas de extinção de espécies actuais sejam cerca de 100 a 1000 vezes
superiores ao normal. Com a perda da diversidade biológica, diminui a
capacidade de sustentação da vida: reduzem-se alguns processos naturais de que
dependemos – por exemplo, a produção de recursos pesqueiros –, perde-se o
património genético de espécies, aumentam os níveis de poluição, etc.
Paralelamente à extinção de
espécies, assistimos a uma enorme disparidade da distribuição de riqueza entre
os países desenvolvidos e os países em desenvolvimento. Estando a diversidade
biológica concentrada nos países em desenvolvimento, é também nestes que há
mais pressão para a sua destruição. Os governos destes países são frequentemente
tentados a explorar os seus recursos naturais de forma insustentável para
melhorar rapidamente as condições de vida dos seus habitantes.
As Nações Unidas preveem um
crescimento populacional dos actuais 7 biliões de pessoas para 11 biliões no
ano 2200. Tendo em conta que este crescimento acontecerá sobretudo nos países
em desenvolvimento, a pressão sobre os recursos naturais irá (provavelmente)
aumentar para níveis que serão demasiado elevados. Existem sérias dúvidas sobre
a capacidade de sustentação de uma população humana de 11 biliões de pessoas.
Assim sendo, o crescimento das populações deve ser minimizado, sob o risco de
uma futura calamidade humanitária e da continuação da extinção de espécies.
Actualmente, o desenvolvimento
sustentável é considerado como a solução que permite a harmonia entre o
crescimento económico e a conservação da Natureza. Não obstante de este ser um
conceito ambíguo, implica necessariamente um desenvolvimento que garanta a
manutenção da biodiversidade. Na resolução de problemas já enunciados, é
preciso haver cooperação entre os países desenvolvidos e os países em
desenvolvimento. Uma vez que todas as pessoas beneficiarão da conservação da Natureza,
é necessário que os países ricos compensem os países pobres pela manutenção de
áreas naturais. Será igualmente essencial a cooperação a nível técnico,
logístico e de conhecimento. Por exemplo: estudos recentes indicam que 300
milhões de casais nos países em desenvolvimento gostariam de ter planeamento
familiar, mas não têm acesso a meios de contracepção. Ora, com a educação das populações
e o apoio logístico dos países ricos, seria possível minimizar o crescimento
populacional previsto.
A gestão adequada de recursos
naturais a nível global é também uma condição essencial para evitar a extinção
de mais espécies. Para tal, é fundamental criar incentivos económicos para a conservação
de espécies. Por exemplo: a destruição de florestas naturais está a causar uma
queda de produção dos solos a nível mundial. A importância das florestas na
produção agrícola deve-se à reciclagem de nutrientes, mas também à retenção
eficiente dos solos contra a erosão. Assim sendo, seria benéfico e rentável, a
longo prazo, incentivar a manutenção de certas zonas das florestas,
especialmente em áreas de declive acentuado e com elevados níveis de
precipitação. Da mesma forma, é também importante incentivar economicamente a
adopção de energias não poluentes, a redução do consumo de energia e de
recursos naturais, a reciclagem de produtos, etc.
Conclui-se que o crescimento económico
tem de estar em harmonia com a Natureza. Para tal, é necessário resolver alguns
dos problemas das populações humanas visto que são estas que promovem a degradação
ambiental. Se o aumento do nível de diferença existente entre os países
desenvolvidos e os países em desenvolvimento manter-se, o bem-estar das pessoas
será difícil de atingir e o ritmo de extinção de espécies irá continuar a
aumentar. Consequentemente, será necessária uma cooperação entre os países
ricos e os países pobres de forma a possibilitar a conservação de espécies. A
solução para a manutenção da diversidade biológica implicará um desenvolvimento
sustentável que satisfaça as necessidades humanas sem comprometer a conservação
da Natureza.
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