terça-feira, 10 de abril de 2012


Considerações sobre o Desenvolvimento Sustentável

Fala-se em desenvolvimento sustentável como aquele que satisfaz as exigências do presente sem comprometer a capacidade de futuras gerações satisfazerem as suas necessidades. Não é fácil de atingir, mas é indispensável consegui-lo.

Uma das medidas necessárias à resolução de problemas de conservação de espécies é perceber de que forma estão relacionados com o bem-estar das populações humanas. O conceito de desenvolvimento sustentável surge, assim, como um ponto de equilíbrio entre conservação e crescimento económico, sendo definido como “desenvolvimento que satisfaz as exigências do presente sem comprometer a capacidade de futuras gerações satisfazerem as suas próprias necessidades”.

O crescimento económico constitui um objectivo importante em políticas governamentais há muitas gerações. Devido à pouca importância dada às suas consequências ambientais negativas, prevê-se que as taxas de extinção de espécies actuais sejam cerca de 100 a 1000 vezes superiores ao normal. Com a perda da diversidade biológica, diminui a capacidade de sustentação da vida: reduzem-se alguns processos naturais de que dependemos – por exemplo, a produção de recursos pesqueiros –, perde-se o património genético de espécies, aumentam os níveis de poluição, etc.

Paralelamente à extinção de espécies, assistimos a uma enorme disparidade da distribuição de riqueza entre os países desenvolvidos e os países em desenvolvimento. Estando a diversidade biológica concentrada nos países em desenvolvimento, é também nestes que há mais pressão para a sua destruição. Os governos destes países são frequentemente tentados a explorar os seus recursos naturais de forma insustentável para melhorar rapidamente as condições de vida dos seus habitantes.

As Nações Unidas preveem um crescimento populacional dos actuais 7 biliões de pessoas para 11 biliões no ano 2200. Tendo em conta que este crescimento acontecerá sobretudo nos países em desenvolvimento, a pressão sobre os recursos naturais irá (provavelmente) aumentar para níveis que serão demasiado elevados. Existem sérias dúvidas sobre a capacidade de sustentação de uma população humana de 11 biliões de pessoas. Assim sendo, o crescimento das populações deve ser minimizado, sob o risco de uma futura calamidade humanitária e da continuação da extinção de espécies.

Actualmente, o desenvolvimento sustentável é considerado como a solução que permite a harmonia entre o crescimento económico e a conservação da Natureza. Não obstante de este ser um conceito ambíguo, implica necessariamente um desenvolvimento que garanta a manutenção da biodiversidade. Na resolução de problemas já enunciados, é preciso haver cooperação entre os países desenvolvidos e os países em desenvolvimento. Uma vez que todas as pessoas beneficiarão da conservação da Natureza, é necessário que os países ricos compensem os países pobres pela manutenção de áreas naturais. Será igualmente essencial a cooperação a nível técnico, logístico e de conhecimento. Por exemplo: estudos recentes indicam que 300 milhões de casais nos países em desenvolvimento gostariam de ter planeamento familiar, mas não têm acesso a meios de contracepção. Ora, com a educação das populações e o apoio logístico dos países ricos, seria possível minimizar o crescimento populacional previsto.

A gestão adequada de recursos naturais a nível global é também uma condição essencial para evitar a extinção de mais espécies. Para tal, é fundamental criar incentivos económicos para a conservação de espécies. Por exemplo: a destruição de florestas naturais está a causar uma queda de produção dos solos a nível mundial. A importância das florestas na produção agrícola deve-se à reciclagem de nutrientes, mas também à retenção eficiente dos solos contra a erosão. Assim sendo, seria benéfico e rentável, a longo prazo, incentivar a manutenção de certas zonas das florestas, especialmente em áreas de declive acentuado e com elevados níveis de precipitação. Da mesma forma, é também importante incentivar economicamente a adopção de energias não poluentes, a redução do consumo de energia e de recursos naturais, a reciclagem de produtos, etc.

Conclui-se que o crescimento económico tem de estar em harmonia com a Natureza. Para tal, é necessário resolver alguns dos problemas das populações humanas visto que são estas que promovem a degradação ambiental. Se o aumento do nível de diferença existente entre os países desenvolvidos e os países em desenvolvimento manter-se, o bem-estar das pessoas será difícil de atingir e o ritmo de extinção de espécies irá continuar a aumentar. Consequentemente, será necessária uma cooperação entre os países ricos e os países pobres de forma a possibilitar a conservação de espécies. A solução para a manutenção da diversidade biológica implicará um desenvolvimento sustentável que satisfaça as necessidades humanas sem comprometer a conservação da Natureza.

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