O Movimento Transição Universitária é uma iniciativa de alguns discentes e docentes da Faculdade de Ciências que procuram aplicar a Transição na sua Faculdade e na Universidade de Lisboa. Mas o que é a essa "Transição"?
A "Transição" é um movimento surgido na Irlanda, criado por Louise Rooney e difundido na Inglaterra por Rob Hopkins. Está em franca expansão por todo o mundo, sobretudo por causa da apresentação que Hopkins deu no TED Global 2009. Fundamenta-se este movimento no facto de estarmos a chegar ao fim da era do petróleo barato e de cada vez mais se notar a reversibilidade difícil das alterações climáticas.
Em suma, procura-se que as cidades adoptem modelos sustentáveis, menos dependentes do petróleo, mais auto-suficientes e eficientes. Nas palavras de Hopkins, procuram-se cidades mais resilientes aos problemas económicos e (sobretudo) ambientais.
No seu livro "The Transition Handbook" (O Livro de Bolso da Transição), entretanto substituído pelo "The Transition Companion" (O Companheiro da Transição), Hopkins apresenta doze passos para se atingir a Transição:
- Formar grupos na sociedade para procurar possíveis medidas para a diminuição do consumo de energia na comunidade. Questões como a importação de alimentos, energia, educação, moeda local, urbanismos e transportes. É muito importante que o sucesso colectivo seja colocado acima dos interesses pessoais. Deve haver um representante para cada grupo.
- Identificar possíveis alianças e construir redes de trabalho. Preparar a sociedade em geral para falar sobre as consequências do pico do petróleo e sobre o aquecimento global e alterações climáticas. Normalmente realizam-se palestras com especialistas e mostras de filmes relacionados com o tema.
- Incorporar ideias de outras organizações e iniciativas já existentes.
- Organizar o lançamento do movimento que pode ocorrer entre seis meses e um ano após o passo número um.
- Formar subgrupos que vão olhar para as suas regiões específicas e imaginar como a sociedade pode torna-se resiliente, ou seja, ser auto-suficiente e capaz de suportar choques externos, como a falta do petróleo.
- Fazer eventos em espaços abertos. É importante que a sociedade perceba o movimento e queira fazer parte dele.
- Realizar actividades que requerem acção, como por exemplo, plantar árvores de fruto autóctones.
- Recuperar hábitos perdidos como fazer concertos públicos, cozinhar, fazer jardinagem, cultivar hortas e andar de bicicleta.
- Construir bom relacionamento com o governo local.
- Escutar os mais velhos. As pessoas que viveram entre 1930 e 1960, época em que o petróleo ainda não era tão importante, podem ter muito para ensinar.
- Não manipular o processo de transição para essa ou aquela tendência. O papel do movimento não é levar todas as respostas, mas deixar que a população encontre meios para a transição. O movimento deve ser um catalisador de ideias.
- Criar um plano de acção para reduzir o consumo de energia da cidade.
Não percam a oportunidade de se informarem sobre este tema, de contribuírem para o debate de ideias junto deste movimento em expansão e, quem sabe, até criarem um movimento destes na nossa Faculdade.
Os meios para atingir a Transição são variadíssimos, um deles é a criação de legislação que obrigue os Particulares e a Administração Pública a ter em conta a sustentabilidade ambiental, energética e económica no seu dia-a-dia (com diversas Directivas Europeias - p. exemplo a Directiva "Serviços de Energia" de 2006 ou a Directiva "Fontes de Energia Renováveis" de 2009).
Algumas ligações úteis para quem se interessar por esta temática:
Movimento Transição e Permacultura Portugal
Rede Internacional de Transição (em inglês)
Rede de Transição na Wikipedia (em inglês)
Primeiros textos de Louise Rooney (em inglês)
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