Participação da APA no 2012 MIECF, em
Macau
Entre
29 e 31 de março, teve lugar, em Macau, o 2012
Macao International Environmental Co-operation Forum & Exhibition (2012 MIECF),o qual contou com
a participação do Dr. Paulo Lemos, em representação da Agência Portuguesa do
Ambiente, I.P. (APA, I.P.).
O
MIECF é uma plataforma anual de promoção de soluções que contribuam para um
futuro de baixo carbono e para o desenvolvimento urbano sustentável das
cidades. A intervenção do Dr. Paulo Lemos neste evento focou o tema Environmental Policy and Low
Carbon Economic Development.
Durante
esta deslocação a Macau, o Vogal da APA, I.P. procedeu, ainda, à assinatura
formal de Programa de Trabalhos para o corrente ano, no âmbito do Protocolo de
Cooperação existente entre a Direção dos Serviços de Proteção Ambiental (DSPA)
do Governo da Região Administrativa Especial de Macau e a APA, I.P., visando a
assessoria técnico-científica na revisão dos Relatórios do Estado do Ambiente
de Macau. Foi também estudada a hipótese de celebração de novo Protocolo de
cooperação tendo em vista alargar as áreas de cooperação entre a APA e a DSPA.
Escolhi esta notícia por dois
motivos: em primeiro, porque Macau, tal como toda a região do Oriente, é uma
zona de níveis de poluição altíssimos e, em segundo, porque a Agência
Portuguesa do Ambiente tem um importante papel ao estabelecer uma ponte com a cidade, não fossemos nós não cuidar do que já foi um dia nosso.
Estima-se
que a poluição atmosférica no Oriente mata cerca de 10 mil pessoas por ano. São
gastos 6,7 milhões de yuan por ano em despesas médicas relacionadas com doenças derivadas desta poluição. A poluição atmosférica
nesta zona é preocupante, causada por milhares de indústrias, que afectam
também, como por exemplo, a água do mar, já há muito imprópria para banhos. De
outra perspectiva, a poluição afecta o desenvolvimento económico,
já que os altos níveis desta afastam os turistas e reduzem as potencialidades
de atracção de unidades empresariais.
Chen
Jiajun, o director de uma organização de protecção ambiental em Guangzhou, utilizou
um laser que detecta poluição a partir de uma varanda de um edifício residencial,
em Dezembro de 2011. O resultado foi 0,153 miligramas de pó por metro cúbico, o
dobro dos padrões normais – 0,075 mg/metro cúbico! Estas partículas são,
segundo a Organização Mundial de Saúde, o poluente que mais afecta os seres
humanos.
O crescimento acelerado da
indústria e da população na região de Macau – onde já quase não há Rio mas sim
prédios construídos sobre ele – e a deficiente protecção ambiental ao nível
legislativos, deixou que as coisas chegassem a este ponto. Assim, Macau tem
hoje um Planeamento da Protecção Ambiental de Macau, 2010-2020. As acções de
protecção ambiental necessitam de satisfazer as necessidades da Região
Administrativa e têm de ser promovidas, de forma ordenada e em consideração de
um planeamento de longo prazo, com vista a assegurar a qualidade do ambiente e
a responder às solicitações dos cidadãos, referentes ao melhoramento do
ambiente. Este planeamento é um plano de acção de dez anos que tem por
finalidade definir objectivos e indicadores para um planeamento ambiental que
vise executar e concretizar, conforme a prioridade, as respectivas acções para
resolver as questões ambientais, com vista a reforçar sustentadamente a
qualidade do ambiente local. Este Plano visa a participação do Governo, dos
cidadãos e das empresas. A concretização do Plano é efectuada através de
diversos elementos ambientais, sendo tomadas medidas efectivas de prevenção e
controlo da poluição, no sentido de reduzir a emissão de poluentes a partir da
fonte e dar continuidade à manutenção de iniciativas de conservação da
Natureza, como são as zonas verdes dos bairros urbanos.
É de enfatizar também a
intervenção da Agência Portuguesa do Ambiente, que motiva à realização de
protocolos com a Região de Macau, prosseguindo assim além-fronteiras o seu
principal objectivo de apoiar o
desenvolvimento sustentável e contribuir para uma melhoria significativa e
mensurável do ambiente, reconhecendo o
carácter transfronteiriço das grandes questões ambientais.
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