quarta-feira, 18 de abril de 2012

Reativação de reatores nucleares no Japão


O Governo Japonês pretende reativar os reactores nucleares nºs 3 e 4 da Central de Oi, na província de Fukui da ilha japonesas de Honshu.

Desativados em Março e Julho do ano passado para inspecções rotineiras obrigatórias a cada 13 meses, não voltaram a ser ligados já que o anterior Governo de Naoto Kau considerou necessária a realização de um novo conjunto de testes de resistência a catástrofes naturais.

Estas novas exigências surgiram logo após o acidente nuclear de Fukushima que, devido a um terremoto de 8,9 na escala Richter ocorrido 11 de Março de 2011 seguido de tsunami, fez abalar a estrutura da Central de Fukushima I com graves consequências.

A decisão agora tomada está a gerar críticas na população japonesa que teme a falta de segurança desta operação.

Segundo declarações prestadas pelo ministro da Indústria Yukio Edano em conferência de imprensa no passado dia 13 de Abril, tudo está a ser feito para  convencer os cidadãos da segurança e necessidade desta reativação. 

A companhia responsável pela  exploração de central de Oi, a Kansai Electric Power, acrescentou ainda a sua extrema importância  já que com todos os reatores da central parados, prevê severos cortes de eletricidade a quando dos picos de consumo previstos para o próximo Verão.

O país tem 54 reatores nucleares mas atualmente só um se encontra em funcionamento estando prevista para breve  a sua descativação para manutenção.

A  agência de Segurança Nuclear nipónica e uma comissão de trabalho consideraram que, mesmo em caso de ocorrência de novo sismo, os reatores 3 e 4 não correm risco de sofrer danos semelhantes aos da central de Fukushima  e que estes respondem aos novos padrões de exigência.

Já o ativista da organização Greenpeace no Japãp, Wakao Hanaoka discorta por completo desta posição dizendo que ninguém estava preparado para o que aconteceu em Fukushima e que não foram feitos quaisquer melhoramentos na central de Oi para ser credível a sua segurança. Referem ainda a existência de estudos independentes que demosntram a pouca probabilidade  da verificação de cortes no fornecimento de energia já para a próxima estação quente, o que, na sua opinião deita por terra os argumentos de urgência apresentados pelos responsáveis da central.

Contribuindo para este clima de receio a  Tokyo Electric Power Company, responsável pela central de Fukushima divolgou no passado dia 15 novas imagens fotográficas que ajudam a entender os estragos ocorridos após a explosão num dos tanques de armazenamento de combustível, 3 dias depois do sismo.

Numa batalha de argumentos, ficamos aguardar o desfeixo de uma situação que conjuga a necessidade do acesso Humano às fontes energéticas que permitem a manutenção e melhoramento dos padrões de desenvolvimento do país e do mundo, com as preocupação ambientais sob pena de a falta de prevenção levar a consequências ainda mais gravosas para todos.

Faz sentido o apelo ao respeito pelo princípio da proporcionalidade na tentativa de se encontrar uma solução de compromisso entre os factores económicos/de desenvolvimento e ambientais.

Fonte: Jornal Público

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