“Não basta ensinar ao homem uma
especialidade, porque se tornará assim uma máquina utilizável e não uma
personalidade. É necessário que adquira um sentimento, um senso prático daquilo
que vale a pena ser empreendido, daquilo que é belo, do que é moralmente correcto.
(Albert Einstein)”.
Até hoje, o Homem sempre procurou adaptar o ambiente
às suas próprias necessidades, apropriando-se dos recursos naturais sem levar
em conta a necessidade de estabelecer limites para esta exploração. Todavia, se
ao início essa actuação não tinha significativas consequências no meio
ambiente, com o aumento populacional e a evolução das atividades humanas,
mormente a partir da Revolução Industrial, o desenvolvimento económico passou a
causar um impacto negativo sobre o meio ambiente.
As actividades económicas procuram, através da
utilização dos recursos naturais, satisfazer as inúmeras necessidades do Homem,
tudo isto em prol de um maior bem-estar social, mas há que ter em atenção que
promover melhores condições de vida sem considerar o equilíbrio ambiental não
leva a soluções congruentes, pois nenhuma actividade económica consegue
sobreviver se a própria natureza, enquanto fornecedora de recursos, estiver ela
própria comprometida. O Desenvolvimento Sustentável, atendendo aos
desafios que se colocam hoje em dia, não pode continuar a assentar nas mesmas
bases. Durante longo tempo, a nossa educação ao nível económico, assentou em
ideais de rapidez e máxima eficácia com os menores custos possíveis, mas esta
lógica não se compadece com a lógica ambiental: ao lidar com o ambiente é
preciso ter-se presente que o mesmo tem de ser preservado não só a curto prazo
como também a longo prazo, ou seja, não só para os presentes, mas principalmente
para as futuras gerações.
A dificuldade está agora em
conciliar todos os interesses que podem estar em causa nestas áreas. Deve
entender-se que, se por um lado é importante a consciencialização ambiental,
por outro importa ter em conta que as alterações que se fizerem no sistema
financeiro, nomeadamente no que à disponibilização de recursos diz respeito,
não podem implicar, por sua vez, alterações exponenciais na economia, sob pena
de se subverterem os objectivos pretendidos. Não podemos, no entanto, tratar o
ambiente como se de um produto empresarial se tratasse, o que não significa que
não se deverá negociar com a sociedade, pois, à semelhança do que acontece com
o resto do direito administrativo, é mais fácil alcançar os objectivos ambientais
com medidas que todos cumprem voluntariamente do que com medidas coactivas. Se
a sociedade não aderir torna-se impossível a concretização dos projectos
sócioambientais; torna-se, por isso, impreterível a utilização dos vários
princípios que regem o Direito Ambiental, tais como o uso racional de recursos
e o desenvolvimento sustentável que permitirão conciliar as necessidades do
Ambiente com a realidade social.
Desenvolvimento sustentável deverá ser aquele que
atende às necessidades do presente sem comprometer a capacidade das gerações
futuras atenderem às suas. Neste contexto, temos que a sustentabilidade nada
mais é do que estabelecer uma ligação entre desenvolvimento económico,
preservação ambiental e bem-estar social, pois afinal todos têm direito a um
meio ambiente ecologicamente equilibrado, impondo-se mesmo ao poder público e à
colectividade o dever de defendê-lo e preservá-lo. Não seria possível
considerar como progresso o desenvolvimento que envolvesse a exploração
desmedida dos recursos naturais.
Aquilo que se deve concluir com tudo isto é que não
deve o Homem sacrificar o meio ambiente em prol dos seus interesses sem que
exista, ao mesmo tempo, uma lógica de prevenção subjacente às diversas
actividades Humanas, nem mesmo em prol do desenvolvimento económico, já que a
longo prazo isso teria consequências nefastas para o meio ambiente. Por isso
mesmo, têm criadas ao longo do tempo diversas maneiras de conciliar os
interesses em causa. Podemos apontar diversos exs.:
1. Dolce
Vita Tejo, Colombo e Leiria Shopping já usam sistemas amigos do ambiente que
poupam luz e água e ainda reduzem as emissões de CO2. A
utilização de escadas rolantes a funcionar em modo ‘stand-by' nos períodos de
menor afluência, a regulação do sistema de iluminação ao longo do dia e no
período nocturno, consoante a intensidade luminosa natural e ainda a utilização
de torneiras e sistemas de rega com redutores de caudal e temporizadores são
alguns exemplos concretos de medidas implementadas em quase todos os
‘shoppings';
2. Gestão ambiental
em centros de saúde no distrito de Lisboa: foram identificadas possíveis margens de melhoria, seja ao nível
de medidas ambientais específicas, seja ao nível organizacional, como por
exemplo a implementação de um Sistema de Gestão Ambiental. Os resultados
obtidos permitiram a observação de que a implementação deste sistema, com todos
os custos e esforços a ela associados, será decerto uma aposta acertada, pois
além de permitir uma mais fácil certificação e melhoria a nível ambiental,
permitirá também alguma poupança, quer em termos de recursos naturais quer ao
nível económico;
3. IWA vai debater eficiência energética em
infra-estruturas:
A eficiência energética nas infra-estruturas de água e saneamento de águas
residuais vai estar no centro da próxima conferência a realizar pela IWA
(Associação Internacional da Água) em Abril de 2013, em Marbelha, Espanha.
Custo e eficiência energética das infra-estruturas, produção de hidroenergia,
co-geração e produção de biogás em estações de tratamento de águas residuais,
monitorização, instrumentação e estratégias de controle em tempo real, serão
algumas das temáticas em debate.
4.
OLI
lança equipamento para recuperação de águas pluviais: Chama-se “Rain Basic” e é o mais recente produto lançado no mercado pela
Oli, desta feita para aproveitamento de águas pluviais. O sistema inclui um
depósito subterrâneo com capacidade máxima de dez mil litros, que permite
fornecer água para usos domésticos. As águas pluviais poderão depois ser
aproveitadas em máquinas de lavar-roupa, autoclismos, rega de jardins ou
lavagem de pavimentos e de carros.
5.
(…)
Conclusão:
Estes são apenas alguns dos muitos exemplos que podemos apontar e que demonstram
estarmos na direcção certa. Desta forma, podemos concluir que para que se consiga
o desenvolvimento sustentável mitigando possíveis impactes no ambiente é
necessário conjugar esforços de toda a sociedade, sem a exclusão de qualquer de
seus segmentos, discutindo-se temas importantes como a explosão demográfica,
desenvolvimento industrial, nova política educacional, entre outros, pois só
desta forma iremos conseguir conciliar todos os interesses da sociedade, já que
não é de modo algum viável o desenvolvimento económico que despreze os recursos
que utiliza, ou seja, que despreze o meio Ambiente.
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