As cidades europeias, mais do que as
zonas rurais, devem proteger-se do aquecimento climático, tanto para
proteger as populações, como por razões económicas, segundo um relatório
da Agência Europeia do Ambiente (AEE), divulgado na segunda-feira
"A composição e a disposição
particular das zonas urbanas, comparadas com as zonas rurais, modificam
os impactos das alterações climáticas, criando novos e variados desafios
às cidades", onde vivem três quartos dos europeus, adiantou a AEE, em
comunicado, ao apresentar o seu relatório intitulado "A Adaptação Urbana
às alterações Climáticas na Europa".
Esta agência da União
Europeia adiantou que "mais de metade das cidades europeias dispõe de
uma fraca proporção de espaços verdes, o que pode intensificar
fortemente as vagas de calor", manifestando uma preocupação particular
com as cidades onde vive uma proporção elevada de pessoas vulneráveis,
como "os cidadãos idosos na Itália, na Alemanha e nas cidades do Norte
de Espanha".
Muitas zonas devem preparar-se para vagas de calor
mais frequentes e intensas, recomenda o relatório, citando como bom
exemplo a cidade sueca de Botkyrka, a única que foi capaz de ajudar as
pessoas frágeis durante uma canícula em 2010, graças a um recenseamento
prévio.
Por outro lado, acrescenta-se no documento, "uma em cada
cinco cidades europeias com mais de cem mil habitantes é muito
vulnerável às inundações provocadas pelas cheias dos rios",
sublinhando-se a propósito o custo económico dos designados desastres
naturais.
"As cidades têm necessidade de investir" em dispositivos
preventivos, porque "quanto mais os dirigentes políticos tardam, mais a
adaptação será custosa", alertou a diretora da Agência, Jacqueline
McGlade, citada no comunicado.
Vítima de um dilúvio em julho de
2011, que causou prejuízos quantificados entre 650 milhões e 700 milhões
de euros, Copenhaga está a construir uma segunda linha de metro com um
sistema de prevenção de inundações dos subterrâneos, exemplifica-se no
comunicado.
Londres, por ter construído barreiras sobre o Rio
Tamisa, para se proteger da subida do nível das águas do mar, é outro
caso mencionado no documento, que não evoca a situação de Veneza.
In jornal de Noticias 15/05/12
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