sábado, 5 de maio de 2012

Comunidade de golfinhos do Sado corre risco de extinção


Comunidade de golfinhos do Sado corre risco de extinção


“Há mais um golfinho no Sado. Foi avistado ontem pela primeira vez e já tem nome: Moisés. O nascimento desta cria aconteceu apenas um dias antes do início do seminário internacional Golfinhos-Roazes do Sado, que está a decorrer em Setúbal. Mas se essa foi uma notícia acolhida com agrado pelos participantes na iniciativa, tal não refreou o sentimento de pessimismo reinante relativamente à sobrevivência futura da comunidade de golfinhos do Sado que, adianta Manuel dos Santos, do Projecto Delfim, "está ameaçada de extinção".

Este investigador, que há muitos anos se dedica ao estudo da comunidade de golfinhos do Sado, revelou que a contagem que está a ser feita desde o início do ano do número de golfinhos do Sado já permitiu identificar 24 exemplares, dos quais três são juvenis.
Mas a bióloga Raquel Gaspar destacou o facto destes três juvenis, a que se junta agora a nova cria, são em número insuficiente para conseguir inverter, por si só, o risco de extinção, já que a população de golfinhos é uma população envelhecida, sendo que, nos últimos vinte anos, “os jovens roazes desapareceram, uns morreram, outros emigraram para junto das comunidades costeiras”.

Muitos biólogos que têm estudado esta temática têm avançado a ideia de que a população de golfinhos vai continuar a decrescer, chegando inclusive a um ponto em que os golfinhos mais velhos acabarão por morrer sem deixar descendentes.

Importa a este respeito questionarmo-nos sobre quais os factores que estarão na origem da não renovação da geração de golfinhos no Sado. Entre as principais razões destacam-se:
·         Toxicidade das águas;
·         Falta de civismo da população que vive nos arredores pois que atiram objectos para o mar;
·         Falta de variabilidade genética e existência de consanguinidade entre golfinhos;
·         Efeito de assédio das embarcações de observação comercial e das motas de água;
·         Embarcações turísticas que poluem as águas e não respeitam a protecção da Zona do Estuário do Tejo;
·         Primazia do turismo no Estuário do Sado, em detrimento da protecção do ambiente
·         Falta de observância do DL 9/2006;
·         Circulação dos ferry’s na zona de habitat desta espécie;
·         Poluição dos peixes, que são a principal fonte de alimentação desta espécie;
·         Circulação de embarcações na zona de alimentação dos golfinhos, o que resulta na contaminação dos alimentos daqueles;
·         Aumento da mortalidade das crias, resultante da toxicidade do leite materno, causado pela poluição das águas e da contaminação dos alimentos, o que faz com que se verifique a redução da resistência imunitária das crias;
Medidas que devem ser adoptadas para combater esta tendência:

·         Redefinição da circulação dos ferry’s e das restantes embarcações
·         Maior fiscalização das embarcações de modo a que respeitem a protecção da fauna e flora do Estuário do Tejo
·         Apostar no estudo dos elementos químicos que estarão associados à morte desta espécie e o impacto das embarcações na taxa de natalidade e na sobrevivência destas espécies
·         Adopção de políticas de sensibilização à população no sentido de diminuição da poluição das águas
·         Maior investimento por parte do Estado no financiamento destas políticas de protecção ambiental
·         Incentivo e apoio ao desenvolvimento de estudos ambientais como solução deste problema








Realizado por:

Alina Mendonça
 subturma 9, nº 17957

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