Pavan Sukhdev, que defende o valor económico dos ecossistemas e da biodiversidade, é o orador da grande conferência do Mês da Sustentabilidade.
Os custos sociais dobusiness as usual, a sustentabilidade da economia verde e a economia dos ecossistemas e da biodiversidade são três ideias-chave da conferência que Pavan Sukhdev vai dar no Hotel Ritz, em Lisboa, no dia 16 de maio, subordinada ao tema "Pode a empresa de hoje criar a economia do amanhã?". Este é o principal evento da sexta edição do Mês do Desenvolvimento Sustentável, uma iniciativa do Expresso e do Banco Espírito Santo, destinada a promover a sustentabilidade em Portugal.
Pavan
Sukhdev foi até há pouco tempo consultor especial e chefe da
Iniciativa para a Economia Verde do Programa de Ambiente das Nações
Unidas (UNEP), que demonstrou que tornar as economias mais verdes não
é uma sobrecarga para o crescimento mas antes um novo motor de
desenvolvimento, de criação de emprego e de redução da pobreza.
"A
Economia dos Ecossistemas e da Biodiversidade" (TEEB) foi um dos
estudos produzidos por este projeto da UNEP, que chamou a atenção
para os benefícios económicos globais da biodiversidade e para os
custos crescentes da sua perda e da degradação dos ecossistemas,
tendo feito um conjunto de recomendações para eliminar esses custos
suportados pelos contribuintes e pelas próprias empresas.
O
TEEB avançou também na definição das bases de um modelo global de
contabilização do capital natural nas contas nacionais de cada
país. Segundo as últimas estimativas da ONU, se não forem tomadas
as medidas adequadas para travar as tendências atuais de degradação
ambiental, o custo dos danos na biodiversidade e nos ecossistemas
poderá atingir 18% do PIB mundial em 2050.
A
Quercus dá um exemplo que mostra bem a importância da valorização
dos serviços prestados pela natureza. Segundo a organização
ambientalista, "a polinização das culturas agrícolas por
insetos na Europa está avaliada em 22 mil milhões de euros por ano,
sendo que 76% da produção alimentar e 84% das espécies de plantas
estão dependentes da polinização por abelhas". No entanto, a
UE ainda permite o uso de inseticidas "que afetam a capacidade
de polinização das abelhas". Assim, "urge internalizar"
no balanço económico global dos países e das empresas este tipo de
custos.
O
Mês do Desenvolvimento Sustentável terá outras iniciativas, como a
entrega do Prémio BES Biodiversidade, a divulgação de um estudo
sobre alterações climáticas e o sector financeiro, e o lançamento
de parcerias entre o BES e a Cáritas, na área social, e a
consultora ISA, na poupança energética
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