quarta-feira, 9 de maio de 2012

Economia verde para sair da crise


Pavan Sukhdev, que defende o valor económico dos ecossistemas e da biodiversidade, é o orador da grande conferência do Mês da Sustentabilidade.


Os custos sociais do
business as usual, a sustentabilidade da economia verde e a economia dos ecossistemas e da biodiversidade são três ideias-chave da conferência que Pavan Sukhdev vai dar no Hotel Ritz, em Lisboa, no dia 16 de maio, subordinada ao tema "Pode a empresa de hoje criar a economia do amanhã?". Este é o principal evento da sexta edição do Mês do Desenvolvimento Sustentável, uma iniciativa do Expresso e do Banco Espírito Santo, destinada a promover a sustentabilidade em Portugal.
Pavan Sukhdev foi até há pouco tempo consultor especial e chefe da Iniciativa para a Economia Verde do Programa de Ambiente das Nações Unidas (UNEP), que demonstrou que tornar as economias mais verdes não é uma sobrecarga para o crescimento mas antes um novo motor de desenvolvimento, de criação de emprego e de redução da pobreza.
"A Economia dos Ecossistemas e da Biodiversidade" (TEEB) foi um dos estudos produzidos por este projeto da UNEP, que chamou a atenção para os benefícios económicos globais da biodiversidade e para os custos crescentes da sua perda e da degradação dos ecossistemas, tendo feito um conjunto de recomendações para eliminar esses custos suportados pelos contribuintes e pelas próprias empresas.
O TEEB avançou também na definição das bases de um modelo global de contabilização do capital natural nas contas nacionais de cada país. Segundo as últimas estimativas da ONU, se não forem tomadas as medidas adequadas para travar as tendências atuais de degradação ambiental, o custo dos danos na biodiversidade e nos ecossistemas poderá atingir 18% do PIB mundial em 2050.
A Quercus dá um exemplo que mostra bem a importância da valorização dos serviços prestados pela natureza. Segundo a organização ambientalista, "a polinização das culturas agrícolas por insetos na Europa está avaliada em 22 mil milhões de euros por ano, sendo que 76% da produção alimentar e 84% das espécies de plantas estão dependentes da polinização por abelhas". No entanto, a UE ainda permite o uso de inseticidas "que afetam a capacidade de polinização das abelhas". Assim, "urge internalizar" no balanço económico global dos países e das empresas este tipo de custos.
O Mês do Desenvolvimento Sustentável terá outras iniciativas, como a entrega do Prémio BES Biodiversidade, a divulgação de um estudo sobre alterações climáticas e o sector financeiro, e o lançamento de parcerias entre o BES e a Cáritas, na área social, e a consultora ISA, na poupança energética

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