A ministra do Ambiente defendeu
hoje que a reintrodução do lince ibérico em território nacional pode atrair
pessoas para zonas desertificadas, mas alertou para a necessidade da
coexistência equilibrada da espécie com a caça e a agricultura.
"O grande desafio é
conseguir uma compatibilização dos usos no mesmo território de forma
equilibrada", referiu Assunção Cristas, sublinhando que as regiões para
aonde está prevista a introdução do lince serão valorizadas economicamente.
Segundo a governante, a coexistência
da espécie com a caça, a agricultura e outras atividades permitirá a existência
de um território mais "rico", "ordenado" e "com
capacidade para atrair gente".
A ministra da Agricultura, do
Mar, do Ambiente e do Ordenamento do Território, falava hoje à margem da
apresentação da implementação do Plano de Ação do Lince Ibérico, no centro
nacional de reprodução daquele animal, em Silves.
O projeto que está a ser
desenvolvido em cooperação com Espanha consiste na reprodução em cativeiro
daquela espécie, com o intuito de inverter o seu processo de declínio e
recuperar os núcleos que antes existiam.
Só este ano nasceram no centro de
Silves 21 crias de lince ibérico (quatro não sobreviveram), uma taxa de
sucesso, já que na anterior época reprodutiva, que decorre entre dezembro e
março, nenhuma das crias sobreviveu.
Em menos de um ano alguns deste
animais poderão ser reintroduzidos no seu habitat natural, em algumas zonas do
país que, de acordo com Assunção Cristas, já estão a ser preparadas para tal,
como Moura, no Alentejo.
"Se daqui a uns anos,
tivermos na nossa terra o lince ibérico com uma convivência sustentável com as
atividades que aqui há, vamos ter zonas muito interessantes para serem
visitadas por portugueses e estrangeiros", observou Assunção Cristas.
O Plano de Acção para a
Conservação do Lince-ibérico (Lynx pardinus) em Portugal foi aprovado em 2008,
mas só agora, quatro anos depois, deverá ser implementado.
O Centro Nacional de Reprodução
do Lince-Ibérico (CNRLI)foi inaugurado em 2009 com o objetivo de reintroduzir a
espécie em território nacional.
Fonte: Lusa
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