domingo, 13 de maio de 2012


517 Quilos De Lixo Marcam O Ano De 2009


            “Em Portugal foram recolhidos 517 quilos de resíduos urbanos em 2009, com Porto Santo e Albufeira a liderarem a lista por concelho, segundo dados divulgados na segunda-feira passada, pelo Instituto Nacional de Estatística”

Público

            No total foram recolhidos cerca de 5,5 milhões de toneladas de resíduos urbanos em todo o país, dos quais só 13% foram provenientes de recolha selectiva, de acordo com os anuários estatísticos regionais hoje publicados. Os municípios que apresentaram um valor de resíduos urbanos superior a 800 quilos por habitante estão no Algarve (todos os municípios com exceção de Alcoutim, Monchique e São Brás de Alportel) e na Região Autónoma da Madeira. De acordo com o instituto Nacional de Estatísticas, esse acréscimo de lixo justifica-se com a natureza turística destas regiões, o que leva a uma maior produção de resíduos. Lideram a lista da quantidade de resíduos recolhidos por habitante os municípios de Porto Santo com 1633 quilos, Albufeira com 1315 quilos, Vila do Bispo com 1214 quilos, Castro Marim com 1158 quilos, Vila Real de Santo António com 1152 quilos e Lagos com 1148 quilos; os municípios com valores mais baixos são Vieira do Minho com 99 quilos, Alvaiázere com 260 quilos, Arouca e Terras de Bouro com mais 3 que o último, Vila Nova de Paiva co 272 quilos e Penacova com mais 3. O padrão territorial revelava segundo o INE, uma oposição norte-sul no continente, em 2009, com um maior número de municípios a superarem a média nacional nas regiões de Lisboa, Alentejo e Algarve. A recolha de resíduos urbanos por habitante tinha menor expressão nos municípios das regiões centro e norte onde, respectivamente, apenas 10 a 12 municípios registavam valores acima da média nacional, maioritariamente localizados no litoral. O Algarve distingue-se ainda, no que respeita à separação do lixo, já que todos os municípios têm valores acima da média do país, que é de 13%, no que respeita à proporção de resíduos recolhidos selectivamente. A recolha selectiva regista menor expressão nos municípios do Douro e Alto Trás-os-Montes, Lezíria do Tejo e em algumas ilhas da Região Autónoma dos Açores, apresentando proporções inferiores a 6% da recolha de resíduos sólidos urbanos.

A questão do lixo está diretamente ligada ao modelo de desenvolvimento que vivemos, vinculada ao incentivo do consumo, pois muitas vezes adquirimos coisas que não são necessárias, e tudo que consumimos produz impacto. Há aproximadamente 40 anos a quantidade de lixo gerada era muito inferior à atual, hoje a população aumentou, a globalização encontra-se num estágio avançado, e as inovações tecnológicas no seguimento dos meios de comunicação (rádio, televisão, internet) facilitaram a dispersão de mercadorias ao nível mundial. Antes do processo da Primeira Revolução Industrial o lixo produzido nas residências era composto basicamente de matéria orgânica, sendo, por isso, fácil eliminá-lo. Também, as cidades eram menores e o número da população mais restrito. Mais tarde com o crescimento à escala mundial da industrialização, o acelerado aumento da população e dos centros urbanos, que ocorreu principalmente na segunda metade do século XX, desencadeou um aumento significativo na quantidade de lixo e variedades das suas composições. Atualmente quando compramos algo no supermercado o lixo não é apenas gerado pelo produto em si, pois existe a etapa de produção (cultivo, extração de minérios, transporte, energia) e só depois culmina no consumidor final. É necessário, portanto, que enquanto seres humanos adquiramos uma consciência ecológica universal como humanidade, com o intuito de perpetuar a nossa própria existência na Terra.


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