517 Quilos De Lixo Marcam O Ano De 2009
“Em Portugal foram recolhidos 517 quilos de resíduos
urbanos em 2009, com Porto Santo e Albufeira a liderarem a lista por concelho,
segundo dados divulgados na segunda-feira passada, pelo Instituto Nacional de
Estatística”
Público
No total foram recolhidos cerca de 5,5 milhões de
toneladas de resíduos urbanos em todo o país, dos quais só 13% foram
provenientes de recolha selectiva, de acordo com os anuários estatísticos
regionais hoje publicados. Os municípios que apresentaram um valor de resíduos
urbanos superior a 800 quilos por habitante estão no Algarve (todos os
municípios com exceção de Alcoutim, Monchique e São Brás de Alportel) e na
Região Autónoma da Madeira. De acordo com o instituto Nacional de Estatísticas,
esse acréscimo de lixo justifica-se com a natureza turística destas regiões, o
que leva a uma maior produção de resíduos. Lideram a lista da quantidade de
resíduos recolhidos por habitante os municípios de Porto Santo com 1633 quilos,
Albufeira com 1315 quilos, Vila do Bispo com 1214 quilos, Castro Marim com 1158
quilos, Vila Real de Santo António com 1152 quilos e Lagos com 1148 quilos; os
municípios com valores mais baixos são Vieira do Minho com 99 quilos,
Alvaiázere com 260 quilos, Arouca e Terras de Bouro com mais 3 que o último,
Vila Nova de Paiva co 272 quilos e Penacova com mais 3. O padrão territorial
revelava segundo o INE, uma oposição norte-sul no continente, em 2009, com um
maior número de municípios a superarem a média nacional nas regiões de Lisboa,
Alentejo e Algarve. A recolha de resíduos urbanos por habitante tinha menor
expressão nos municípios das regiões centro e norte onde, respectivamente,
apenas 10 a 12 municípios registavam valores acima da média nacional,
maioritariamente localizados no litoral. O Algarve distingue-se ainda, no que
respeita à separação do lixo, já que todos os municípios têm valores acima da
média do país, que é de 13%, no que respeita à proporção de resíduos recolhidos
selectivamente. A recolha selectiva regista menor expressão nos municípios do
Douro e Alto Trás-os-Montes, Lezíria do Tejo e em algumas ilhas da Região
Autónoma dos Açores, apresentando proporções inferiores a 6% da recolha de
resíduos sólidos urbanos.
A
questão do lixo está diretamente ligada ao modelo de desenvolvimento que
vivemos, vinculada ao incentivo do consumo, pois muitas vezes adquirimos coisas
que não são necessárias, e tudo que consumimos produz impacto. Há
aproximadamente 40 anos a quantidade de lixo gerada era muito inferior à atual,
hoje a população aumentou, a globalização encontra-se num estágio avançado, e
as inovações tecnológicas no seguimento dos meios de comunicação (rádio,
televisão, internet) facilitaram a dispersão de mercadorias ao nível mundial. Antes
do processo da Primeira Revolução Industrial o lixo produzido nas residências
era composto basicamente de matéria orgânica, sendo, por isso, fácil
eliminá-lo. Também, as cidades eram menores e o número da população mais restrito. Mais tarde com o crescimento à escala mundial da industrialização, o acelerado
aumento da população e dos centros urbanos, que ocorreu principalmente na
segunda metade do século XX, desencadeou um aumento significativo na quantidade
de lixo e variedades das suas composições. Atualmente quando compramos algo no
supermercado o lixo não é apenas gerado pelo produto em si, pois existe a etapa
de produção (cultivo, extração de minérios, transporte, energia) e só depois culmina
no consumidor final. É necessário, portanto, que enquanto seres humanos
adquiramos uma consciência ecológica universal como humanidade, com o intuito
de perpetuar a nossa própria existência na Terra.
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