domingo, 13 de maio de 2012


Derrame de Crude No Mar Amarelo

            “A petrolífera americana ConocoPhillips e a estatal chinesa CNOOC deverão pagar uma indemnização de cerca de 200 milhões de euros pelo derrame de crude que no verão passado afetou o mar de Bohai, no mar amarelo”

Jornal de Notícias

            O anúncio da multa de 1.683 milhões de yuan (cerca de 200 milhões de euros) foi feito pela Administração Oceânica Estatal chinesa, quase um ano depois do desastre ambiental. O incidente gerou polémica pela petrolífera americana e a estatal chinesa terem ocultado durante semanas o derrame ocorrido em várias plataformas marítimas da zona. Boa parte da sanção recai sobre a ConocoPhillips considerada a principal responsável pelo desastre ambiental, que deverá pagar 144 milhões de euros, enquanto a CNOOC pagará uma multa de 57 milhões de euros. Os poços de petróleo onde o acidente ocorreu em junho e julho do ano passado são propriedade conjunta da CNOOC (que detém participação de 51%) e ConocoPhillips (com os restantes 49%), mas como a operação das plataformas está a cargo dos Estados Unidos da América, o governo chinês declarou a empresa americana como a principal responsável. A maré negra pode durar meses, o que faz temer um desastre ecológico sem precedentes para todos os ecossistemas presentes no mar e na costa. Os especialistas desconhecem até onde vaı a destruição. O que sabemos é que a utilização do petróleo pode causar diversos tipos de impactos ao meio ambiente, e mais especificamente ao ambiente marinho, destruindo habitats de espécies e o perigo é proveniente desde o processo de extração até o consumo, passando pelo transporte que é o principal poluidor por vazamentos em grande escala de navios petroleiros.

Os efeitos de um derramamento de óleo dependem de muitos fatores, além das propriedades do óleo, deve-se considerar também a sensibilidade ambiental da área. Em áreas mais costeiras, onde a profundidade e distância da costa são menores, os impactos relativos ao derramamento de óleo são extremamente relevantes, pois tendem a manifestar-se com mais força do que em áreas mais profundas. Os efeitos do óleo na vida marinha passam pelo abafamento, e a contaminação física ou química das espécies. A ingestão do óleo provoca: falhas hepáticas; destruição do epitélio intestinal, com consequente diminuição da absorção de nutrientes; e desordens neurológicas. Provoca ainda nos animais a bioacumulação, o aumento da taxa respiratória, a diminuição de assimilação de nutrientes e o aumento da taxa de mortalidade.

A atividade pesqueira é considerada uma das mais afetadas após um derrame de óleo devido a grande mortandade dos peixes que seriam a sua única fonte de sustento. A contaminação de uma área afeta muitas atividades além da pesca como, por exemplo, o turismo, as indústrias que são supridas pela água do mar, as estações de energia situadas próximo da costa e actividade tais como a natação, pesca, mergulho e navegação. A limpeza de áreas atingidas pela maré negra é de elevado custo, dando prejuízo às empresas envolvidas e ainda oferece grande risco à saúde pública, uma vez que podem ocorrer explosões, incêndios ou intoxicação. Concluo portanto que, de um modo geral, os ecossistemas são sempre afetados, em maior ou menor grau, conforme a gravidade e as consequências, como a alteração de pH, diminuição de oxigénio dissolvido e diminuição dos alimentos disponíveis e estas atingem sempre maior relevância em ecossistemas fragilizados, ou quando as medidas de combate do derrame se revelam insuficientes.

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