Derrame de Crude No Mar Amarelo
“A petrolífera americana ConocoPhillips e a estatal
chinesa CNOOC deverão pagar uma indemnização de cerca de 200 milhões de euros
pelo derrame de crude que no verão passado afetou o mar de Bohai, no mar
amarelo”
Jornal
de Notícias
O anúncio da multa de 1.683 milhões de yuan (cerca de 200
milhões de euros) foi feito pela Administração Oceânica Estatal chinesa, quase
um ano depois do desastre ambiental. O incidente gerou polémica pela
petrolífera americana e a estatal chinesa terem ocultado durante semanas o
derrame ocorrido em várias plataformas marítimas da zona. Boa parte da sanção
recai sobre a ConocoPhillips considerada a principal responsável pelo desastre
ambiental, que deverá pagar 144 milhões de euros, enquanto a CNOOC pagará uma
multa de 57 milhões de euros. Os poços de petróleo onde o acidente ocorreu em
junho e julho do ano passado são propriedade conjunta da CNOOC (que detém
participação de 51%) e ConocoPhillips (com os restantes 49%), mas como a
operação das plataformas está a cargo dos Estados Unidos da América, o governo chinês
declarou a empresa americana como a principal responsável. A maré
negra pode durar meses, o que faz temer um desastre ecológico sem precedentes
para todos os ecossistemas presentes no mar e na costa. Os especialistas
desconhecem até onde vaı a destruição. O que sabemos é que
a utilização do petróleo pode causar diversos tipos de impactos ao meio
ambiente, e mais especificamente ao ambiente marinho, destruindo habitats de
espécies e o perigo é proveniente desde o processo de extração até o consumo,
passando pelo transporte que é o principal poluidor por vazamentos em grande
escala de navios petroleiros.
Os
efeitos de um derramamento de óleo dependem de muitos fatores, além das
propriedades do óleo, deve-se considerar também a sensibilidade ambiental da
área. Em áreas mais costeiras, onde a profundidade e distância da costa são
menores, os impactos relativos ao derramamento de óleo são extremamente
relevantes, pois tendem a manifestar-se com mais força do que em áreas mais
profundas. Os efeitos do óleo na vida marinha passam pelo abafamento, e a contaminação física ou química das espécies. A ingestão do óleo
provoca: falhas hepáticas; destruição do epitélio intestinal, com consequente
diminuição da absorção de nutrientes; e desordens neurológicas. Provoca ainda
nos animais a bioacumulação, o aumento da taxa respiratória, a diminuição de
assimilação de nutrientes e o aumento da taxa de mortalidade.
A
atividade pesqueira é considerada uma das mais afetadas após um derrame de óleo
devido a grande mortandade dos peixes que seriam a sua única fonte de sustento. A
contaminação de uma área afeta muitas atividades além da pesca como, por
exemplo, o turismo, as indústrias que são supridas pela água do mar, as
estações de energia situadas próximo da costa e actividade tais como a natação,
pesca, mergulho e navegação. A limpeza de áreas atingidas pela maré
negra é de elevado custo, dando prejuízo às empresas envolvidas e ainda
oferece grande risco à saúde pública, uma vez que podem ocorrer explosões,
incêndios ou intoxicação. Concluo portanto que, de um modo geral, os ecossistemas são
sempre afetados, em maior ou menor grau, conforme a gravidade e as consequências,
como a alteração de pH, diminuição de oxigénio dissolvido e diminuição dos
alimentos disponíveis e estas atingem sempre maior relevância em ecossistemas
fragilizados, ou quando as medidas de combate do derrame se revelam
insuficientes.
Sem comentários:
Enviar um comentário