terça-feira, 8 de maio de 2012

Gases dos dinossauros aqueceram a Terra


Publicado às 12.05

foto Carlos Rui Abreu



A flatulência libertada pelos dinossauros terá sido um dos fatores chave para o aquecimento da Terra registado há 150 milhões de anos. Um estudo feito por cientistas britânicos calcula que tenham sido libertados 520 milhões de toneladas de gases por ano.

Usando como escala os gases libertados pelas vacas, o grupo de cientistas britânicos calcula que a população de dinossauros existentes na Terra há 150 milhões de anos tenha produzido 520 milhões de toneladas de gás, o que terá sido um fator decisivo no aquecimento então registado no planeta.
O estudo, publicado na revista "Current Biology" e divulgado pela BBC, foi liderado por David Wilkinson da Universidade John Moore em Liverpool e por cientistas das universidade de Londres e de Glasgow.
Os saurópodes, como o Apatosaurus (conhecido anteriormente como Brontosaurus), eram animais gigantes que pastavam em vastas áreas de vegetação na Era Mezozóica. De acordo com David Wilkinson, o interesse não está nesses animais mas nos organismos microscópicos que viviam no seu organismo.
"A ecologia dos micróbios e o seu papel no funcionamento do planeta são um dos meus interesses principais a nível científico", explicou o cientista à BBC.

"Apesar de ser o elemento dinossauro que capta a atenção geral neste trabalho, na verdade são os micróbios que viviam nas entranhas dos dinossauros que fabricavam o metano", explicou David Wilkinson.
O metano é o gás causador do efeito de estufa que absorve a radiação infravermelha do Sol, aprisionando-a na atmosfera da Terra e levando ao aumento das temperaturas.

Utilizando o conhecimento de que as emissões de gases pelo gado contribuem de forma significativa para o aumento dos níveis globais de metano, os investigadores usaram essa informação para calcular o efeito que os saurópodes terão tido no clima.

"As vacas produzem algo como 50 a 100 milhões de toneladas por ano. A nossa estimativa para os saurópodes ronda as 520 milhões de toneladas", acrescentou David Wilkinson.

Atualmente, as emissões totais de metano rondam as 500 milhões de toneladas por ano provenientes de um conjunto de fontes naturais, como são os animais e as atividades humanas incluindo a produção de leite e carne.

David Wilkinson manifesta-se surpreso com os níveis de metano calculados para a Era Mezozóica, acrescido do fato que os dinossauros não eram os únicos produtores de metano. "Havia outras fontes de metano na Era Mezozóica pelo que o total de metano seria provavelmente muito maior do que é agora".

Artigo parcial.


Comentário:

A produção animal tem efeitos nocivos no ambiente, tanto a nível de poluição atmosférica como da água e do solo. 
A presente notícia versa essencialmente a produção de metano (CH4), que se inclui nos casos de poluição atmosférica. 
Este gás (tal como o azoto e dióxido de carbono) provoca efeito de estufa que permite a entrada da radiação solar, mas retém o calor acumulado. Por sua vez, o efeito de estufa repercute-se numa modificação do sistema climático do planeta.
O efeito de estufa é necessário, caso contrário, a temperatura da terra seria de -18.º C ao invés de 15.º C.  
Para além dos animais (essencialmente ruminantes, devido ao facto de o seu sistema digestivo comportar o retículo-rúmen que permite a digestão microbiana das forragens e conduz a produção de metano), também provém dos estrumes, lixeiras e minas de carbono e gás natural.
A água nos solos ajuda na libertação de grandes quantidades de metano, dado que a água limita a circulação do oxigénio. Consequentemente, os arrozais emitem grandes quantidades deste gás.
Para reduzir as emissões é necessário uma melhor gestão das fertilizações e dos estrumes orgânicos utilizados nas produções agrícolas, tal como uma moderação na produção de ruminantes. É ainda apontada como solução a introdução de suplementos alimentares na ração animal de modo a diminuir a emissão deste gás.

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