Ilha de lixo no Pacífico

Os cientistas encontram-se extremamente preocupados com a ilha de lixo plástico que navega no Oceano Pacífico. Dados recentes indicam que a “ilha de plástico” que se está a formar no oceano Pacífico aumentou 100 vezes nos últimos 40 anos e já está a alterar os habitats marítimos.

Esta ilha de plástico foi descoberta por volta da década de 90 do século XX, após vários estudos ambientais descobrirem uma larga área do oceano onde, fruto da convergência de uma série de correntes, a água contém um autêntico depósito de lixo. O plástico, sendo um dos materiais mais comuns e cujo processo de biodegradação é dos mais longos, é o material predominante nesta ilha.

Entre o Hawai e Califórnia, estima-se que este bloco de água especialmente poluída com plástico e outro lixo tóxico possa ser de uma área de entre 1 a 15 milhões de quilómetros quadrados, podendo este fenómeno poluente afectar quase 8% do Oceano Pacífico.

Na prática, o que sucede é que todo o lixo depositado no Oceano Pacífico, quer de origem continental (cerca de 80%) quer marítima (por exemplo, cruzeiros) acaba por ser arrastado pelas correntes para uma zona de convergência, onde se vai acumulando e depositando. Esta água fica assim especialmente poluída e, apesar de não ser visível a olho nu um "bloco" de lixo, pelas análises da água, percebe-se o impacto poluente deste lixo. Até porque a grande maioria da poluição surge do plástico, muitas vezes em quantidades inferiores a cinco milímetros.

E não se despreze o tamanho destas partículas de plástico - este plástico contêm obviamente produtos quimicos que, quando absorvidos pelos animais, lhes pode causar sérias lesões. Alias, esses produtos quimicos que são consumidos pelos animais podem depois ser ingeridos pelos humanos, pelo consumo desses mesmo animais. Um perigo imediato pode surgir a muitas tartarugas e outros pássaros que, confundindo pedaços de plástico com pequenos peixes, podem ingerir o lixo e, não conseguindo fazer a sua digestão, podem acabar por sucumbir.

Outro problema que tem vindo a surgir é o facto das partículas de plástico poderem servir de abrigo para a deposição de ovos dos insectos Halobates sericeus, uma espécie de insecto predador que se alimenta de planctoon, o alimento base da grande maioria das espécies oceânicas.

Estas placas de lixo não são exclusivas do Oceano Pacífico - também fenómeno idêntico foi encontrado no Oceano Índico e no Atlântico Norte.


Trata-se de um problema sério e de difícil resolução pela profundidade, dimensão e dispersão do material poluente. 

Para mais informações sobre esta matéria, deixo-vos alguns links particularmente interessantes:

http://www.septiemecontinent.com
Expedição vai explorar ilha de plástico
Ilha de lixo no Pacífico aumenta 100 vezes nos últimos 40 anos
Insectos crescem no meio do Pacífico
Moore sobre a Ilha de Lixo no Pacifico - gráficos e informações
Notícia do Independent
Relatório Técnico sobre o problema