segunda-feira, 14 de maio de 2012

IPCC quer mais políticas de minimização de eventos climáticos extremos


Na recta final antes da cimeira Rio+20, o Painel Inter-Governamental sobre Alterações Climáticas (IPCC, na sigla em inglês) tem feito um esforço de promoção do último relatório oficial sobre os riscos de eventos extremos. Quinta-feira, o presidente do IPCC, Rajendra Pachauri, esteve em Bruxelas para apresentar as conclusões do relatório aos decisores europeus e contou também com os esforços assumidos pela Comissária do Clima: Connie Hedegaard. No início do próximo ano, a Comissão Europeia vai propor uma política comunitária de adaptação, que incluirá uma obrigação para cada Estado-Membro de elaborar planos de gestão de riscos.

No documento, a principal conclusão é de que as políticas de preparação e resposta a desastres extremos provocados pelas alterações climáticas podem minimizar as consequências destes eventos. E isto mesmo tendo em conta as diferenças regionais nos eventos extremos previstos.

No caso da Europa do Sul e Mediterrânea, os cientistas que trabalharam no documento têm alta confiança na tendência de ondas de calor cada vez mais severas. O relatório, cuja versão completa foi divulgada em Março – após uma primeira versão resumida para decisores ter sido apresentada no final do ano passado –, apresenta o resultado de um esforço multidisciplinar de uma equipa de cientistas.

Entre os elementos da equipa estão especialistas em aspectos físicos ligados às alterações climáticas, em impactos, adaptação e vulnerabilidade, assim como em gestão de risco de desastres. As conclusões acabam por marcar o Dia Internacional do Clima, que se celebra esta semana, a 14 de Maio.

CELE faz ricochete na Europa

Ao nível dos esforços europeus, está longe do fim a polémica gerada pela inclusão no Comércio Europeu de Licenças de Emissão (CELE) da aviação internacional que faça escala no território da União Europeia. A medida tem feito um autêntico ricochete na economia europeia, atingindo construtores aeronáuticos através das represálias das companhias de aviação.

A China, a Rússia, os Estados Unidos e a Índia têm sido os grandes opositores dos planos europeus, argumentando que esta inclusão no CELE trará prejuízos à indústria da aviação. Além das queixas e da ameaça de leis de retaliação (no caso da China), vários órgãos noticiosos internacionais dão conta de um atraso propositado na encomenda de 15 aeronaves A330 da europeia Airbus por parte de Pequim. O negócio está orçado em três mil milhões de dólares.

A partir deste ano, os aviões que aterrarem ou descolarem em território da UE terão que adquirir licenças relativas às emissões de dióxido de carbono (CO2). A decisão da Comissão Europeia poderá representar uma poupança anual de 183 milhões de toneladas de CO2, mas a necessidade de aquisição de licenças pode ser impactos ao nível do custo dos bilhetes para o consumidor final.


Sem comentários:

Enviar um comentário