Com o sol a despontar, a temperatura a aumentar, começa a correria às praias portuguesas. Mas não só para apanhar sol...
Mais de 4.000 pessoas participaram hoje, em 18 praias
portuguesas, na Maré Humana, uma iniciativa destinada a alertar para a
necessidade de proteção da costa, disse à Lusa a Associação Bandeira
Azul da Europa, que a promove.
Esta Maré Humana contou com o empenho de 20 municípios, de
crianças e jovens das Eco-Escolas, escuteiros e surfistas, e entre as
praias envolvidas estiveram: Cabedelo (Viana do Castelo), Matosinhos,
Madalena Norte (Vila Nova de Gaia), Furadouro (Ovar), Relógio (Figueira
da Foz), Nazaré e Medão – Supertubos (Peniche).
Também as praias da Foz do Lizandro (Mafra), Praia Grande
(Sintra), Carcavelos (Cascais), S. João da Caparica (Almada),
Figueirinha (Setúbal), Tróia-Mar (Grândola), Cordoama (Vila do Bispo),
Meia Praia (Lagos), Pescadores (Albufeira), Quarteira e Formosa
(Madeira-Funchal) aderiram à iniciativa.
Estava previsto que mais duas praias participassem no projeto –
as praias açorianas de Porto Pim (Faial-Horta) e Prainha (Terceira-Angra
do Heroísmo) -, mas devido ao mau-tempo na região, a Maré Humana foi
adiada para o próximo sábado, dia 19 de maio.
Nas restantes 18, o dia começou hoje às 09:00, com “Há lixo na
Praia”, uma atividade de recolha e deposição seletiva dos resíduos
existentes na praia, para a qual foram fornecidas luvas e pinças às
brigadas Eco-Escolas.
Seguiu-se, às 10:00, “Há vida para preservar”, um período
reservado a construções na areia sobre a biodiversidade existente no
litoral.
Às 11:00, foi a vez de uma gincana chamada “52 Alertas”, com
diversos desafios destinados a chamar a atenção para as questões
relacionadas com a poluição da água, e, ao meio-dia, na atividade
“Atenção ao Sol”, foi recordado aos participantes que a utilização de
chapéu e protetor solar é indispensável.
Depois, às 12:30, as brigadas Eco-Escolas fizeram uma ‘Flash
Mob’, em que as Escolas em Movimento apresentaram uma coreografia ao som
da música dos Clã “Tenho Asas nos Pés”, e, a terminar a Maré Humana,
formaram-se cordões humanos na areia e no mar, com a ajuda dos
surfistas.
Este foi o primeiro evento realizado em Portugal que contou com o
apoio da Hands Across the Sand, uma instituição internacional que tem
por missão reunir a população em torno da mesma causa: a necessidade de
proteger a costa.
Criada em 1990, a Associação Bandeira Azul da Europa (ABAE) é
uma ONGA – Organização Não-Governamental de Ambiente sem fins lucrativos
e que se dedica à educação para o desenvolvimento sustentável e à
gestão e reconhecimento de boas práticas ambientais.
Em 2009, foi reconhecida como instituição de utilidade pública,
cujo objetivo é estimular a educação ambiental através do
desenvolvimento de programas em consonância com a FEE – Foundation for
Environmental Education.
O Programa Bandeira Azul iniciou-se à escala europeia em 1987,
com o propósito elevar o grau de consciencialização dos cidadãos em
geral, e dos decisores em particular, para a necessidade de se proteger o
ambiente marinho e costeiro.
O Programa Eco-Escolas é também uma iniciativa da FEE
internacional, presente em mais de 55 países e coordenado em Portugal
pela ABAE desde 1996. Destina-se a escolas de todos os graus de ensino e
visa a implementação de uma metodologia inspirada na Agenda 21, que
garanta a participação ativa da comunidade escolar e local no
desenvolvimento de ações em benefício do ambiente. .
Conforme nestes links (SIC; DN) muito deste trabalho foi feito por jovens, a trabalhar a par com as escolas. Uma medida de educação ambiental fantástica! De facto, a falta de civismo ambiental é um crónico problema nas praias portuguesas, que ano após ano acumulam toneladas de lixo, muitas vezes materiais tóxicos e plásticos que não só poluem como constituem um risco para a fauna.
É importante ter esta consciência ambiental e cada um fazer a sua parte. A limpeza das praias é essencial para manter os nossos areais, dunas e oceanos, zonas altamente favorecidas do ponto de vista de flora e fauna, preservadas.
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