segunda-feira, 7 de maio de 2012

Nanotecnologia VS Nanopoluição

Nanotecnologia VS Nanopoluição

A pergunta de Richard Feynman foi: O que aconteceria se pudéssemos mover os átomos?
Durante uma palestra para a Sociedade Americana de Física em 1959, o físico americano Richard Feynman (1918-1988) apresentou o seu projecto para uma nova pesquisa. O estudo era baseado na possibilidade de organizar os átomos consoante o que desejássemos…
 Esta ideia mostrou-se muito avançada para época, mas após trinta anos tomou forma na ciência do muito pequeno, a Nanotecnologia, denominada dessa forma porque os seus objectos de estudo são medidos em nanómetros, e um nanómetro (nm) equivale a, nada mais, nada menos, que um milionésimo de milionésimo de metro. Hoje, a nanotecnologia é considerada a expressão máxima dos avanços da nossa sociedade Pós-Industrial e Hiper-Tecnológica, invadindo em grande escala o mercado mundial.
A Nanotecnologia traduz-se na capacidade de criar objectos de qualidade superior aos existentes hoje, a partir da organização dos átomos da forma pretendida. Engloba muitas áreas de pesquisa, dos mais diversos sectores da indústria e das áreas estratégicas. O desenvolvimento desta, tem-se mostrado de extrema importância para Portugal, levando em consideração que a indústria portuguesa terá de competir internacionalmente com novos produtos, para que a sua economia se recupere e retome o crescimento económico. Essa competição, tornar-se-á bem sucedida a partir do surgimento de produtos e processos inovadores, que se comparem ou, até mesmo, superem os melhores produtos oferecidos pela indústria internacional.
Contudo, um dos grandes problemas originado pela nanotecnologia é a Nanopoluição, gerada por nanomateriais ou durante a confecção destes, e composta por nanopartículas. Estas, são tão pequenas que podem facilmente penetrar a pele humana, o que se mostra uma óptima técnica que os genesticistas usam na modificação dos genes, quando feito intencionalmente. No entanto, mesmo quando propositado, o corpo detecta objectos estranhos e cria fagócitos para destruir essa ameaça. Mas obviamente, que se os fagócitos do nosso corpo estão ocupados digerindo nanopartículas, não poderão ocupar-se de bactérias ou outros materiais invasores.
As nanopartículas são mais pequenas que um milionésimo de milímetro, e facilmente flutuam pelo ar sem serem detectadas, isto torna bastante provável a sua inalação, podendo posteriormente alojarem-se nos órgãos vitais.    
Os nanomateriais comportam-se de forma diferente do que outras partículas de tamanho idêntico e, por isso, é então necessário desenvolver métodos especializados para testar e monitorizar os seus efeitos para a saúde e para o ambiente.
Enquanto os nanomateriais e as nanotecnologias se encontram na expectativa de vir a trazer grandes avanços para a saúde e tratamento médico, como técnicas de administração local de drogas no interior de uma veia, novas terapias de tratamento de cancro e novos métodos de detectar antecipadamente uma doença, também têm uma série de efeitos indesejado. Um nível muito alto de absorção é o principal problema associado aos nanomateriais manufacturados.
À medida que o uso de nanomateriais aumenta por todo o mundo, as preocupações quanto à segurança de trabalhadores e utilizadores têm se avolumado, pois quanto maiores são os avanços e o crescimento no estudo desta tecnologia, maior é a produção destes poluentes.
 Relativamente a este assunto, o instituto sueco Karolinska conduziu uma série de estudos nos quais vários tipos de nanoparticulas foram postos a interagir com o tecido epitelial dos pulmões. Os resultados, lançados em 2008, mostram que nanoparticulas de óxido de ferro causavam pouco dano ao ADN e não eram tóxicas, as de óxido de zinco eram um pouco mais prejudiciais, o dióxido de titanium causava apenas mudanças no ADN, nanotubos de carbono causavam destruição de ADN a um nível baixo, por fim, o óxido de cobre foi considerado claramente o pior, tendo sido o único nanomaterial do estudo apresentado como de verdadeiro risco para a saúde.
É preciso entender que quando as matérias-primas são transformadas em nanopartículas, a razão entre a área e o volume das suas superfícies aumenta. Quanto maior for a área especifica à superfície (área de superfície por unidade de peso) maior o nível de absorção através da pele, sistema respiratório e digestivo, o que poderá levar a efeitos indesejados nos pulmões e outros órgãos. No entanto, estas partículas têm que ser absorvidas numa quantidade substancial para serem prejudiciais.
Cientistas dizem que as nano-particulas são de tal forma pequenas que muitas poderiam passar completamente despercebidas ao nosso sistema imunitário também. O que levanta uma série de preocupações, pois é como uma formiga que passa ao lado de um elefante, e este, naturalmente, não nota que esta ali está. Logo, mesmo que fossem detectadas pelo sistema imunitário, poderiam deste esquivar-se.
As pessoas mais expostas a nanopoluição são os residentes dos grandes centros urbanos, visto serem os locais onde existe maior número desta poluição.
O problema que os investigadores têm hoje em dia é o de determinar se os nanopoluentes se comportam ou não como detritos normais no ambiente natural. Andrew Maynard, um dos poucos advogantes da pesquisa em nanotecnologia de prevenção de problemas de saúde, lançou um apelo para o publico em geral se informar sobre as interacções da nano-técnologia no portal nanoproject.org. A boa notícia é que a preocupação internacional quanto a garantir protecções em ambientes de trabalho ligados à nano-tecnologia, já foi alvo de alguns progressos. A má noticia é que há questões importantíssimas como a segurança no trabalho, e outras mais amplas, de vertente ambiental, de saúde e de segurança, que continuam por responder .
Por exemplo, o impacto potencial das nanoparticulas na vida marítima preocupa Eva Oberdrster, toxicologista na Southern Methodist University, que recentemente completou um estudo com achigãs (espécie de peixe). Eva Oberdrster expôs o peixe em questão a várias concentrações de moléculas em forma de cúpula chamado Carbono-60(C60). Após dois dias de exposição, sinais de uma reacção do sistema imunitário do peixe foram encontrados no seu fígado. As provas apontam para que as estas moléculas possam ter invadido as células que protegem o cérebro e o sistema nervosa central.
Já em 1941, investigadores da Johns Hopkins Hospital fizeram a descoberta perturbadora, após sujeitarem chimpanzés e macacos rhesus à inalação de células poliovírus (células nanoscópicas), que estas viajavam para o cérebro, ocupando o caminho normalmente reservado para os sinais de cheiro, contrariando a barreira sangue-cérebro protectora.
Ainda não foram realizados estudos em número substancial quanto ao efeito das nanoparticulas no corpo humano. Mas o momento exige que isto seja estudado pelos especialistas, antes de novas epidemias serem criadas. Os cientistas acreditam ainda que o corpo humano não possui as defesas necessárias para lidar com um invasor tão novo e minúsculo. Tal processo pode ser muito demorado levar ou não ser possível de todo de realizar.

ACONSELHO VIVAMENTE sobre o tema:
                                                     http://www.youtube.com/watch?v=JsF4P8orgXs
http://www.youtube.co/watch?v=NpQ_X8cyDx0


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