quinta-feira, 17 de maio de 2012

"Portugal não recebe lições de ninguém sobre renováveis"

"A afirmação é de Artur Trindade, secretário de Estado da Energia. Diz ainda que não adianta falar em novos investimentos enquanto não houver dinheiro disponível para o efeito.

O secretário de Estado da Energia afirmou hoje que Portugal "não recebe lições de ninguém" sobre energias renováveis e disse "não fazer sentido" discutir objetivos energéticos europeus sem "instrumentos" para colmatar a falta de financiamento dos Estados.

Em Guimarães, para o Encontro Anual "Energy Cities", Artur Trindade, referindo a "discussão" atual a nível europeu à volta de diretivas de eficiência energética apontou que Portugal "avançou muito mais" neste setor do que outros países da Europa.

"Portugal não recebe lições de ninguém em termos de aposta nas energias renováveis e de eficiência energética", afirmou. A "questão", explicou, "é que se tem que continuar a evoluir nesse sentido, mas não se pode por mais esse peso nas famílias e empresas".

Artur Trindade disse também que "é preciso um sistema financeiro com capacidade de financiamento" para investimentos na área energética.
Sem dinheiro não há investimento

Mas, apontou, "neste momento, países como Portugal, Espanha ou a Grécia não têm capacidade de financiamento". Pelo que, alertou, "não faz sentido falar em objetivos europeus e numa ambição europeia se depois não houver instrumentos a nível europeu que atuem para colmatar a questão da falta de financiamento".

"É importante que a Europa tenha um sistema de vasos comunicantes para otimizar recursos", para que "países com capacidade de financiamento intervenham a favor de países que têm conhecimento e técnicos, mas não têm recursos".

A propósito das "Energy Cities", Artur Trindade referiu que a "estratégia local" na gestão e organização das cidades "é fundamental". "A maneira como se desenham as regras dos transportes, planeamento urbano, que se aprova a construção dos edifícios, que vão consumir mais ou menos energia, é fundamental e as autoridades locais têm um papel nesse planeamento", referiu.

Este foi o 18.º encontro anual da rede de "Energy Cities", o primeiro realizado em Guimarães, que conta com representantes de cerca de 30 países.

O objetivo do encontro deste ano é enviar uma "forte mensagem" sobre como "consumir e produzir energia localmente e de forma eficiente", como contributo para a Conferência nas Nações Unidas RIO + 20, sobre Desenvolvimento Sustentável."
Ler mais: http://expresso.sapo.pt/portugal-nao-recebe-licoes-de-ninguem-sobre-renovaveis=f724976#ixzz1v4nlavwI

A crise económica torna-se um entrave à intenção dos Estados, que por ela são fortemente afectados, no estabelecimento de condições que lhes permitam alcançar os objectivos europeus em matéria ambiental. O encontro anual da rede da Energy Cities, realizado em Guimarães, tinha como objectivo alertar para as formas de consumo e produção eficiente de energia, contribuindo para os trabalhos da Conferência do Rio +20.

A Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável (UNCSD ou, como é conhecida, Rio+20), está a ser organizada conforme a Resolução 64/236 da Assembleia Geral, e ocorrerá no Brasil de 20 a 22 de Junho de 2012, marcando o 20º aniversário da Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento (UNCED), realizada no Rio de Janeiro em 1992, e o 10º aniversário da Cúpula Mundial sobre Desenvolvimento Sustentável (WSSD), promovida em Joanesburgo em 2002.

A ECO-92, Rio-92, ou Cimeira da Terra são os nomes pelos quais é conhecida a Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente e o Desenvolvimento (CNUMAD), realizada em 1992, no Rio de Janeiro. O seu principal objectivo era encontrar soluções que conduzissem a uma conciliação entre o desenvolvimento sócio económico com a conservação e proteção dos ecossistemas da Terra.

A Conferência do Rio consagrou o conceito de desenvolvimento sustentável e contribuiu para uma ampla consciencialização de que a responsabilidade pelos danos ao meio ambiente era em larga escala dos países desenvolvidos. Reconheceu-se, também, a necessidade de os países em desenvolvimento receberem apoio financeiro e tecnológico afim de alcançarem o desenvolvimento sustentável. Assim, a posição dos países em desenvolvimento tornou-se melhor estruturada e o ambiente político internacional favoreceu a aceitação pelos países desenvolvidos de princípios como o das responsabilidades comuns, mas diferenciadas.

Nesta Conferência, a realizar em Junho, contar-se-á com a presença de Chefes de Estado e de Governo ou outros representantes.

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