domingo, 20 de maio de 2012

“Quercus pede um país com eletricidade 100% renovável dentro de 40 anos”

A Quercus defendeu recentemente que Portugal deve definir uma meta de 100% de energia elétrica renovável para 2050, organização que considera esta uma “meta ambiciosa, mas realista”. A cinco semanas da Cimeira do Rio+20, no Brasil, onde os líderes mundiais se irão reunir para promover as “economias verdes” – a Quercus entende que as renováveis são uma das cinco áreas que podem ajudar Portugal a sair da crise. As outras são a agricultura, florestas, pescas e reabilitação urbana. Portugal comprometeu-se, para 2020, atingir uma quota de 31% de energia renovável no consumo final de energia e cerca 60% de consumo de eletricidade. “Face às necessárias políticas de mitigação das alterações climáticas, é fundamental para Portugal, num cenário de descarbonização da economia, de independência energética e da criação de emprego verde, definir uma meta de 100% de energia elétrica renovável para 2050., entende a Quercus. Para conseguir alcançar aquela meta “é necessário desenvolver e apoiar as redes inteligentes e ligar a produção de energias renováveis nas redes europeias. Num horizonte de 40 anos conseguiremos ultrapassar os desafios da intermitência de produção de algumas renováveis, proporcionando soluções de armazenamento da eletricidade”. A Quercus estima que a energia é o sector onde o emprego pode vir a ter maior expressão num contexto de desenvolvimento sustentável. O Programa das Nações Unidas para o Ambiente (Pnua) estima que o número de “empregos verdes” associados às energias renováveis deverá ser da ordem de 750 mil por ano. Em Portugal, “já para 2015, prevê-se cerca de 61 mil empregos relacionados com o sector das energias renováveis, sendo cerca de 6000 empregos diretos”. Segundo a organização, para resolver as crises mundiais da alimentação, energia, clima e finanças é necessária uma Acão coordenada da aposta em fontes renováveis e um uso o mais eficiente possível dos materiais e da energia. Fazendo uma análise á noticia em causa, podemos antever algumas dificuldades relacionadas com a intenção aqui exposta, sobretudo porque o aumento da percentagem de energia renovável na rede elétrica é nos dias que correm, por um lado algo de extrema necessidade, para reduzir os custos da eletricidade com recursos fosseis, e por outro, reduzir a emissão de CO2 e de hidrocarbonetos que esses combustíveis emitem na produção de energia. O que a Quercus não refere e é de extrema importância para alcançar os objetivos das nações unidas e alcançar os tais 100%, é que será necessário um avolumado investimento por parte do Estado e particulares, algo que em tempo de crise, poderá levar a que essas metas tenham que ser alargadas a várias décadas. Dou um exemplo concreto, apesar das recentes políticas de incentivo da União Europeia, e mesmo apresentando por exemplo as energias hídricas e oceânicas o meio mais consistente e sustentável para servirem de referência á produção energética, que depois, se repercutem nas redes elétricas, a verdade é que os países ainda não dispõem de fontes de energia renováveis suficientes para manter uma produção de eletricidade consistente. As metas apresentadas são de facto uma possibilidade interessante, mas que por agora se revelam de difícil concretização.

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