Os recursos
que são utilizados como fonte de energia por todo o Mundo (como fonte
principal) estão condenados a desaparecer não sendo já uma questão de saber se
irá acontecer mas quando irá acontecer. A maior parte das previsões dos
entendidos indica que, algures entre 2045 e 2170, teremos praticamente esgotado
todos os combustíveis fósseis e recursos minerais a que hoje recorremos para
obter energia, desde o petróleo ao urânio. Apenas o desenvolvimento de novas
tecnologias que permitissem localizar novas jazidas, explorar as reservas de
outra forma ou reutilizá-las com eficácia poderia adiar esse facto. Os peritos
são taxativos a este respeito. A melhor fonte energética, a que podemos
utilizar indefinidamente, é a do Sol. O problema é saber como fazê-lo de
maneira eficiente.
A Terra
recebe do astro-rei cerca de 174 petawatts de energia (um petawatt são mil
terawatts, e um terawatt mil gigawatts). Destes, aproximadamente 89 chegam à
superfície, mais do que suficiente para garantir o consumo mundial, estimado em
cerca de 15 terawatts. Todavia, de toda essa energia, a humanidade aproveita
pouco mais de 68 gigawatts para gerar eletricidade, sobretudo através de
instalações fotovoltaicas e, em menor medida, através de modernas centrais de
energia solar concentrada. Os defensores da energia solar têm boas razões para
defender a sua implantação. É essencialmente limpa, segura e inesgotável, e
permite assegurar o fornecimento a equipamentos e consumidores domésticos,
mesmo em zonas isoladas. Contudo, o pequeno milagre tecnológico que permite
transformar a radiação do astro-rei em eletricidade não está isento de
problemas, e a sua rentabilidade em grande escala desperta sérias dúvidas entre
os detratores. O facto é que fabricar os painéis de materiais semicondutores,
que captam os fotões (partícula elementares mediadoras da força
eletromagnética) e formam a corrente contínua de eletrões a que chamamos “eletricidade”,
exige um grande investimento. Repare-se que para a primeira fábrica brasileira
de painéis fotovoltaicos tinha um custo estimado de R$2,5 milhões somente em
equipamentos para a linha de montagem (fonte: http://www.ciclovivo.com.br/noticia.php/1634/primeira_fabrica_brasileira_de_paineis_fotovoltaicos_sera_instalada_na_bahia/).
E assim, para alguns especialistas, não compensa o seu escasso rendimento.
Embora
ninguém ponha em dúvida as vantagens dos painéis fotovoltaicos em instalações
isoladas ou locais de pequenas dimensões, existe um aceso debate sobre a sua
utilidade quanto integrados para formar uma grande central de produção. Para
alguns, estas exigem demasiado espaço e dinheiro, tanto para a sua construção
como para a sua manutenção, o que não é compensado pela quantidade de energia
que podem injetar na rede. Para outros, o impacto é, de qualquer maneira,
sempre menor do que o custo económico e o suportado pelo meio ambiente
resultante da exploração de outras fontes de energia.
Seja como
for, de acordo com números adiantados pela Associação Europeia da Indústria
Fotovoltaica (EPIA), o sector irá experimentar, em geral, um notável crescimento
nos próximos anos. De facto, a associação estima que em 2015 a capacidade das
centrais fotovoltaicas de todo o Mundo alcançará entre 131 e 196 gigawatts,
dependendo do apoio institucional que a tecnologia receber, e adverte quem a
manter-se o atual ritmo de desenvolvimento, por volta do ano de 2020 cerca de
6% das necessidades europeias serão satisfeitas por este tipo de energia.
Em Portugal,
embora o setor também tenha vindo a crescer, o peso da produção no consumo
elétrico nacional é de menos de um por cento, e o preço da tarifa é muito
superior ao do mercado da eletricidade. No entanto, o país possui um enorme
potencial solar, dada a quantidade de horas de céu limpo, principalmente no
interior.
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