quinta-feira, 10 de maio de 2012

Sol: o futuro?


Os recursos que são utilizados como fonte de energia por todo o Mundo (como fonte principal) estão condenados a desaparecer não sendo já uma questão de saber se irá acontecer mas quando irá acontecer. A maior parte das previsões dos entendidos indica que, algures entre 2045 e 2170, teremos praticamente esgotado todos os combustíveis fósseis e recursos minerais a que hoje recorremos para obter energia, desde o petróleo ao urânio. Apenas o desenvolvimento de novas tecnologias que permitissem localizar novas jazidas, explorar as reservas de outra forma ou reutilizá-las com eficácia poderia adiar esse facto. Os peritos são taxativos a este respeito. A melhor fonte energética, a que podemos utilizar indefinidamente, é a do Sol. O problema é saber como fazê-lo de maneira eficiente.
A Terra recebe do astro-rei cerca de 174 petawatts de energia (um petawatt são mil terawatts, e um terawatt mil gigawatts). Destes, aproximadamente 89 chegam à superfície, mais do que suficiente para garantir o consumo mundial, estimado em cerca de 15 terawatts. Todavia, de toda essa energia, a humanidade aproveita pouco mais de 68 gigawatts para gerar eletricidade, sobretudo através de instalações fotovoltaicas e, em menor medida, através de modernas centrais de energia solar concentrada. Os defensores da energia solar têm boas razões para defender a sua implantação. É essencialmente limpa, segura e inesgotável, e permite assegurar o fornecimento a equipamentos e consumidores domésticos, mesmo em zonas isoladas. Contudo, o pequeno milagre tecnológico que permite transformar a radiação do astro-rei em eletricidade não está isento de problemas, e a sua rentabilidade em grande escala desperta sérias dúvidas entre os detratores. O facto é que fabricar os painéis de materiais semicondutores, que captam os fotões (partícula elementares mediadoras da força eletromagnética) e formam a corrente contínua de eletrões a que chamamos “eletricidade”, exige um grande investimento. Repare-se que para a primeira fábrica brasileira de painéis fotovoltaicos tinha um custo estimado de R$2,5 milhões somente em equipamentos para a linha de montagem (fonte: http://www.ciclovivo.com.br/noticia.php/1634/primeira_fabrica_brasileira_de_paineis_fotovoltaicos_sera_instalada_na_bahia/). E assim, para alguns especialistas, não compensa o seu escasso rendimento.
Embora ninguém ponha em dúvida as vantagens dos painéis fotovoltaicos em instalações isoladas ou locais de pequenas dimensões, existe um aceso debate sobre a sua utilidade quanto integrados para formar uma grande central de produção. Para alguns, estas exigem demasiado espaço e dinheiro, tanto para a sua construção como para a sua manutenção, o que não é compensado pela quantidade de energia que podem injetar na rede. Para outros, o impacto é, de qualquer maneira, sempre menor do que o custo económico e o suportado pelo meio ambiente resultante da exploração de outras fontes de energia.
Seja como for, de acordo com números adiantados pela Associação Europeia da Indústria Fotovoltaica (EPIA), o sector irá experimentar, em geral, um notável crescimento nos próximos anos. De facto, a associação estima que em 2015 a capacidade das centrais fotovoltaicas de todo o Mundo alcançará entre 131 e 196 gigawatts, dependendo do apoio institucional que a tecnologia receber, e adverte quem a manter-se o atual ritmo de desenvolvimento, por volta do ano de 2020 cerca de 6% das necessidades europeias serão satisfeitas por este tipo de energia.
Em Portugal, embora o setor também tenha vindo a crescer, o peso da produção no consumo elétrico nacional é de menos de um por cento, e o preço da tarifa é muito superior ao do mercado da eletricidade. No entanto, o país possui um enorme potencial solar, dada a quantidade de horas de céu limpo, principalmente no interior.

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