sábado, 19 de maio de 2012

Tem Portugal uma verdadeira política ambiental?



A água e as energias renováveis são dois exemplos paradigmáticos da condução política portuguesa em matéria ambiental. Resíduos, eliminação de passivos ambientais, preservação da biodiversidade, sem esquecer a luta contra as alterações climáticas e a erosão costeira são outros bons exemplos. Quanto à conservação da natureza, registo para a protecção de algumas espécies mais ameaçadas, como o lince-ibérico, através do programa de reprodução em cativeiro para futura reintrodução na natureza, o caso do regresso da águia imperial e do abutre-negro como aves nidificantes em Portugal. Vemos, também o abandono do uso de cartuchos com chumbo na caça em zonas específicas. Na remoção de passivos ambientais há uma série de casos emblemáticos entre processos já concluídos ou em curso, caso das pedreiras de Lourosa ou a reabilitação de áreas mineiras degradadas.
No sector da água e saneamento, Portugal deu um salto importante. A evolução é visível no nível médio de cobertura da população com infra-estruturas de abastecimento e nas infra-estruturas de recolha e tratamento de águas residuais que cobrem 89% da população nacional. No que diz respeito à qualidade da água para o consumo humano os valores portugueses vão ao encontro do estabelecido pela EU, podendo cada um de nós consumir água da torneira com confiança. No combate às alterações climáticas, destaque para o rumo decrescente de emissões desde 2005 e sobretudo o decréscimo da intensidade carbónica, que mostra bem a vitória de Portugal em desassociar o crescimento económico da emissão de carbono, com importante contributo da penetração das energias renováveis.
. O combate à erosão costeira e requalificação do litoral continuam a ser prioridade, decorrendo, nesse sentido trabalhos na orla costeira que passam pelo desmonte e consolidação de arribas, construção de esporões e reposição de areias.
Referir ainda, os esforços no sentido de reduzir a emissão de poluentes para a atmosfera, com a criação de zonas de emissão reduzida, limitando a libertação de dióxido de carbono. Os veículos antigos são obrigados por lei a ter filtros de controlo da poluição e os carros anteriores a 1992 (não possuem catalisadores no tubo de escape) estão proibidos de circular em certas zonas de Lisboa, em nome da qualidade do ar, considerada a capital europeia mais poluída. Esta medida é importante, pois desde 2005 que Portugal está a infringir a legislação nacional e comunitária em matéria de qualidade do ar, ultrapassando os limites de concentrações de partículas inaláveis. O investimento em carros ecológicos, embora gradual está ainda longe do pretendido, mas é já um importante começo na defesa de um melhor ambiente e de uma qualidade de ar melhor.

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