O conceito de pegada ecológica (carbon footprint) foi criado
e desenvolvido nos anos 90 e tinha como objectivo diminuir as emissões dos gases
de efeitos estufa de empresas e indivíduos através da mensuração, publicidade e
criação de limites legais as emissões.
Mais tarde surgiu a ideia de criar um mercado internacional
em que as cotas de emissões de cada país ou empresa pudessem ser negociadas
podendo um pais com um tecido industrial menos desenvolvido vender parte da sua
cota a um pais mais desenvolvido beneficiado ambos com a transacção. Esta medida
não teve pelo menos ate agora uma grande aceitação por parte dos mercados, por
de acordo com alguns economistas implicar um custo demasiado elevado para as actuais potências emergentes.
No dia a dia é no entanto bastante fácil encontrar aplicações
do conceito de pegada ecológica seja na indicação das emissões de carbono que foram
necessárias para a produção de determina embalagem, na possibilidade de reduzir
a pegada ecológica pessoal cobrindo o valor das emissões provocadas por uma
viagem de avião ou ainda no calculo do valor do IUC que actualmente uma parte é
definida pelas emissões de CO2 produzidas pelo veiculo. Acontece que se
contabilizarmos todas as emissões que resultam do comportamento de um individuo
ao longo da sua vida a única conclusão possível (tendo em conta somente este
critério) será de que seria mais vantajoso em termos ambientais que o individuo
nunca tivesse nascido.
Tal conclusão além de deprimente perde a eficiência/impacto
por se apresentar como uma “luta” perdida à partida pois a sua solução seria
impraticável.
Com o objectivo de suprir as falhas da referida proposta e
tentando ser uma solução mais eficiente e próxima das pessoas no seu dia-a-dia
surge o conceito de Carbon Handprint (numa tradução liberal impressão
ecológica) que consiste no saldo positivo resultante das opções ecológicas
tomadas por cada individuo/empresa.
Exemplo- A indo comprar o jornal ao seu habitual quiosque de
carro iria produzir x gramas de emissões de carbono; se A se deslocar a pé para
comprar o jornal ira ter um saldo positivo y gramas de carbono resultante da diferença
em termos de emissões da sua escolha pela opção mais ecológica.
A mensuração desta impressão levanta bastantes problemas pois
seria facilmente manipulável através da criação de necessidades falsas por exemplo
B contabiliza no seu saldo positivo não ter realizado uma viagem às Bahamas
quando tal viagem não se realizou por motivações ambientais e sim porque e sim
por falta de fundos. Tais situações dificultam a jurisdicialização do conceito
pelo menos na sua aplicação as Pessoas Singulares. Neste domínio acreditamos
que o seu impacto não seria ainda assim desprezível pois como comprovam outras experiências ambientais como a reciclagem ou a redução no número de sacos do
lixo utilizados pelas superfícies comerciais a população é muito permeável as
questões de índole ambiental.
Seria na nossa opinião no âmbito das Pessoas Colectivas que
este conceito fará mais sentido, na mesma otica da atribuição das classes
energéticas aos aparelhos eléctricos ou da classificação dos gastos de agua e electricidade
nos edifícios públicos. A “impressão ecológica” medida na eficiência das
deslocações dos trabalhadores, racionalização dos lugares de estacionamento,
gastos com água e electricidade servirá assim para medir a eficiência da vida
empresarial num todo.
Consideramos que este conceito cruzado com o princípio da
utilização das melhores técnicas disponíveis levarão ao desenvolvimento de um
tecido empresarial mais amigo do ambiente equilibrando de uma forma mais eficaz
as necessidades de desenvolvimento económico e o seu respectivo preço ambiental.
Desenvolvido a partir de: “10
IDEAS THAT ARE CHANGING YOUR LIFE” TIME Magazine 12 de Março 2012
João Pedro Costa Carreto
Sem comentários:
Enviar um comentário